•O Projecto MK-ULTRA da CIA
Wednesday, June 24, 2020
PT -- LARRY ROMANOFF - CIA --Projecto MK-ULTRA -- Parte 1
por Larry Romanoff
1 de
Julho de 2020
Director aposentado da CIA, Allen Dulles (no centro)
com o Presidente dos EUA, John F Kennedy, e o substituto da DIA na CIA, John A.
McCone, em Washington, DC. no início dos anos 1960. Foto: A
•Projecto MK-ULTRA da CIA
•O Instituto de Pesquisa Stanford
• A Câmara de Horrores de Gottlieb's
•O Holocausto das Criancinhas da CIA – e o Crime do
Século do Canadá
•As memórias Ausentes do Quarto de Dormir
•A morte de Harold Blauer
•A Vida e Morte de Frank Olson
•CIA O Projecto MK-DELTA da CIA, de Stanley Glickman
- Uma Grande Experiência com Pão Francês
•Os Americanos a Enfrentar de Novo os Seus Crimes
•Sidney Gottlieb
•O Projecto MK-ULTRA da CIA
O governo dos
Estados Unidos financiou e realizou inúmeras experiências psicológicas em seres
humanos sem eles o saberem, especialmente durante a Guerra Fria, talvez
parcialmente para ajudar a desenvolver técnicas mais eficientes de tortura e
interrogatório para os militares dos EUA e para a CIA, mas a extensão, o alcance
e a duração quase inacreditáveis dessas actividades ultrapassaram muito as
possíveis aplicações em interrogatórios e parecem ter sido realizadas a partir
de uma desumanidade fundamental e monstruosa. Ler apenas os resumos, mesmos sem mencionar os
detalhes, é por si só, quase traumatizante.
Em estudos iniciados no final da década de 1940 e no
início da década de 1950, o Exército dos EUA começou a identificar e a testar
soros da verdade, como mescalina e escopolamina, em seres humanos, que
invocaram ser de utilidade durante os interrogatórios a espiões soviéticos.
Esses programas acabaram por se expandir num projecto de amplo campo de acção e
enorme ambição, centralizado sob a competência da CIA, no que viria a ser
designado como Projecto MK-ULTRA, uma importante colecção de projectos de
interrogatório e controlo da mente. Inspirada inicialmente pelas ilusões de um
programa de lavagem cerebral, a CIA iniciou milhares de experiências usando
indivíduos americanos e estrangeiros, muitas vezes sem o seu conhecimento ou
contra a sua vontade, destruindo inúmeras dezenas de milhares de vidas e
causando muitas mortes e suicídios. Financiada, em parte, pelas Fundações
Rockefeller e Ford e operada conjuntamente pela CIA, pelo FBI e pelas divisões
de inteligência (serviços secretos) de todos os grupos militares, essa pesquisa
da CIA, que durou décadas, constituiu uma imensa colecção de algumas das
atrocidades mais cruéis e desagradáveis que se possam imaginar, num esforço determinado em desenvolver técnicas confiáveis de controlo da
mente humana.
Pelo
menos 200 notáveis investigadores científicos privados fizeram parte neste
programa, assim como muitos milhares de médicos, psiquiatras, psicólogos e
outros semelhantes. Muitas destas instituições e indivíduos receberam o seu
financiamento através das chamadas "bolsas" do que eram, nitidamente,
empresas de fachada da CIA.
O
MK-ULTRA foi algo que englobou um grande número de actividades clandestinas que
faziam parte da pesquisa e do desenvolvimento da CIA, sobre Guerra Psicológica,
consistindo em cerca de 150 projectos e subprojectos, muitos deles muito
grandes por si só, com pesquisa e experimentação humana a ocorrer em mais de 80
instituições que incluíam cerca de 50 das faculdades e universidades mais conhecidas dos Estados Unidos, 15 ou 20 grandes fundações de pesquisa, incluindo a Fundação Rockefeller, dezenas de grandes hospitais, muitas prisões e instituições mentais e muitas empresas químicas e farmacêuticas. Pelo menos,
200 pesquisadores científicos privados e bem conhecidos, fizeram parte deste
programa, assim como muitos milhares de médicos, psiquiatras, psicólogos e
outros semelhantes. Muitas dessas instituições e indivíduos receberam o seu
financiamento através dos chamados "subsídios" do que eram,
claramente, empresas de fachada da CIA.
Em 1994,
uma subcomissão do Congresso revelou que cerca de 500.000 americanos, sem terem
qualquer conhecimento destes factos, foram ameaçados, danificados ou destruídos
pelos testes secretos da CIA e dos militares, entre 1940 e 1974. Dada a
destruição deliberada de todos os registos, a verdade completa sobre as vítimas
do MK-ULTRA nunca será conhecida, como também não será sabido o número de mortos.
Como o Inspector Geral do Exército dos EUA declarou posteriormente num relatório
a uma comissão do Senado: "Nas universidades, hospitais e instituições de
pesquisa, um número desconhecido de testes e experiências químicas ... foi
realizado em adultos saudáveis, nos que tinham doenças mentais e em indivíduos
retidos na prisão". De acordo com um relatório do governo," em 149
experiências separadas de controlo da mente, sobre milhares de pessoas, os
pesquisadores da CIA usaram a hipnose, tratamentos com eletrochoques, LSD,
marijuana, morfina, benzedrina, mescalina, seconal, atropina e outras
drogas". Os indivíduos que foram sujeitos aos testes eram geralmente
pessoas que não podiam objectar facilmente - prisioneiros, pacientes mentais e
membros de grupos minoritários - mas a agência também realizou muitas
experiências em civis normais e saudáveis, sem o
seu conhecimento ou sem o seu consentimento.
O projecto estava sob o comando directo de um Dr.
Sidney Gottlieb e recebeu milhões de dólares não revelados mas quase
ilimitados, destinados a centenas de experiências em seres humanos, em centenas
de locais nos Estados Unidos, Canadá e Europa, tendo o orçamento eventual para
este programa, ao que tudo indica, ultrapassado 1 bilião de dólares por ano. O
mal que se encontra em alguns destes documentos MK-ULTRA é quase palpável, um
desses documentos de 1955, a declarar abertamente uma procura de “substâncias
que irão provocar danos cerebrais (temporários ou) permanentes, bem como a
perda de memória”. Parte da intenção era desenvolver "técnicas que
iriam esmagar a psique humana ao ponto de admitir qualquer coisa".
Num memorando do governo americano de 1952, um Director de programa perguntou:
"Podemos conseguir o controlo de um indivíduo ao ponto de ele fazer o que
lhe ordenamos contra a sua vontade e até contra leis fundamentais da natureza,
como a auto preservação? Também enumerou a grande variedade de abusos horrendos
aos quais as vítimas estariam sujeitas. Estas pessoas não eram relutantes
quanto às suas intenções.
Os mecanismos incluíam uma programação sexual
primordial para as mulheres na tentativa de eliminar as convicções morais
aprendidas e estimular o instinto sexual primitivo desprovido de inibições,
para criar uma espécie de máquina sexual - a prostituta fundamental para a
espionagem diplomática. Vários pesquisadores afirmaram que o apetite sexual
dessas mulheres foi desenvolvido em jovens, nos seus anos de formação, através
de incesto constante com um funcionário do governo que havia sido
deliberadamente desenvolvido como figura paterna dessas jovens. Em parte, estes
programas envolviam condicionar a mente humana através da tortura, com uma
parte deste programa destinada a treinar agentes especiais, para agirem como
terroristas destemidos sem instintos de auto-preservação e que se iriam suicidar
de bom grado, se fossem apanhados. Até fizeram experiências através de implantes
electrónicos, sons inaudíveis, mensagens embutidas na mente subconsciente,
drogas para alterar a mente e muito mais. Uma parte dessa extensa operação
envolveu uma tentativa de criar um programa de assassinos, torná-los capazes de
raptar indivíduos de outros países, submetê-los a hipnose e a outras técnicas e
depois devolvê-los aos seus países de origem, a fim de assassinarem as
suas chefias.
Outra parte do projecto do controlo mental da CIA
tinha como objectivo encontrar um "soro da verdade" para usar em
espiões. Foi administrado aos indivíduos sujeitos ao teste LSD e outras drogas,
muitas vezes sem o seu conhecimento ou consentimento, e alguns foram
torturados. Muitas pessoas morreram - ou foram mortas - como resultado destas
experiências e um número desconhecido de funcionários do governo, a trabalhar
nestes projectos, foi assassinado com receio de que contassem o que tinham
visto, talvez o mais conhecido seja Frank Olson, cuja morte descrevi noutro
lugar. O projecto foi firmemente negado tanto pelo governo como pela CIA, mas
foi, finalmente, exposto após as investigações da Comissão Rockefeller. Quando
esta informação se tornou conhecida, o governo dos EUA pagou muitos milhões de
dólares para resolver as centenas de reclamações e processos judiciais
que resultaram. Existem muitas provas de que estes programas nunca foram
encerrados.
Foram orientados pela Faculdade de Medicina da
Universidade de Cornell, muitos estudos iniciais de interrogatórios sob a direcção
de um Dr.
Harold Wolff , que solicitou à CIA qualquer informação
sobre "ameaças, coerção, prisão, privação, humilhação, tortura, lavagem
cerebral", "psiquiatria negra" e hipnose, ou qualquer combinação
destes, com ou sem agentes químicos ". Segundo Wolff, a equipa de
pesquisa iria então: "... reunir, recolher, analisar e assimilar estas
informações e irá realizar investigações experimentais destinadas a desenvolver
novas técnicas de uso de inteligência ofensiva/defensiva ... Serão testadas, de
maneira semelhante, drogas secretas potencialmente úteis [e diversas
procedimentos que danifiquem o cérebro] para verificar o efeito fundamental
sobre a função cerebral humana e sobre o humor do sujeito ... ". Ele
apontou ainda mais e de maneira arrepiante: "Quando qualquer um dos
estudos envolver possíveis danos ao indivíduo, esperamos que a Agência
disponibilize indivíduos e um local adequado para a realização das experiências
necessárias".
Entre as múltiplas universidades e instituições de
destaque a participar nesta farsa, estava a Universidade de Tulane, onde
tanto a CIA como as forças armadas americanas tinham
financiado em larga escala o que aparentava ser programas de experiências de
controlo da mente baseados em traumas aplicados em crianças. Em 1955, o
Exército dos EUA relatou estudos nos quais os pesquisadores implantaram eléctrodos
no cérebro de pacientes mentais para avaliar os efeitos do LSD e de uma série
de outras drogas não testadas. Foi em Tulane que foram realizados alguns dos
primeiros testes de privação sensorial, isolando pessoas nessas câmaras onde teriam
alucinações impotentes durante uma semana de cada vez, enquanto eram injectadas
com drogas e bombardeadas com mensagens gravadas, para ver se poderiam ser
"convertidas a novas crenças". Todos estes indivíduos eram vítimas
indefesas que não tinham ideia do que lhes estava a acontecer. Há uma longa
lista de outras universidades e hospitais americanos famosos que participaram
numa destruição humana semelhante e todos eles ‘limparam’ cuidadosamente os
seus registos.
Outra operação da CIA designada como ‘Midnight Climax’
consistia numa rede de locais da CIA, nos quais as prostitutas que faziam parte
da folha de pagamento da CIA, iriam atrair clientes onde eram clandestinamente
envolvidos por uma ampla gama de substâncias, incluindo LSD, e monitorados por
trás de vidros de visão unidireccional. Foram desenvolvidas neste teatro de
operações, várias técnicas operacionais significativas, incluindo uma extensa
pesquisa sobre chantagem sexual, tecnologia de vigilância e o uso possível de
drogas que alteram a mente em operações de campo. Na década de 1970, como sendo
outra parte do seu programa de controlo mental, a CIA conspirou com a Eli Lilly
and Company para produzir cem milhões de doses da droga ilegal LSD, quantidade suficiente
para enviar quase todo mundo nos Estados Unidos a fazer uma viagem. Nenhuma
explicação foi dada sobre o que a CIA fez com estes cem milhões de doses de ácido,
mas, como grande parte desta actividade foi exportada, rever os acontecimentos políticos
internacionais durante esse período pode trazer à mente possibilidades
interessantes.
Como já
acima observado, o projecto MK-ULTRA e os seus irmãos tiveram origem na
Operação Paperclip, na
qual mais de 10.000 japoneses e alguns cientistas alemães de todas as faixas
foram transportados clandestinamente para os EUA após a Segunda Guerra Mundial,
para fornecer ao governo informações sobre técnicas de tortura e
interrogatório. Não está muito divulgado, mas, como parte da Operação
Paperclip, a CIA recrutou para o MK-ULTRA, Shiro Ishii, o responsável pela Unidade
731 do Japão que chefiou algumas das mais horrendas atrocidades humanas da História,
incluindo a vivissecção (dissecção
executada num animal vivo com fins experimentais) ao vivo em crianças. Ao
mesmo tempo, também importou pelo menos dez mil funcionários da Unidade 731,
alojou-os em bases militares dos EUA e deu-lhes total imunidade nos processos
judiciais pelos seus crimes de guerra e crimes contra a Humanidade. Por este
motivo é que nenhum japonês foi julgado pelos seus crimes: estavam todos na
América, a contribuir com as suas competências para o MK-ULTRA. A CIA também
trouxe do estrangeiro alguns alemães que tinham realizado experiências com
seres humanos. Também não é amplamente sabido, mas todo esse projecto nasceu
não nos EUA, mas no Instituto Tavistock de Relações Humanas, no Reino Unido, um instituto com um passado excepcionalmente a sangue-frio. Voltarei a Tavistock nos próximos capítulos.
A
liderança da CIA estava preocupada com a descoberta do seu comportamento
contrário à ética e ilegal, como evidenciado no Relatório Geral dos Inspectores de 1957, que afirmava: "Devem ser tomadas precauções não apenas para proteger as
operações da exposição às forças inimigas, mas também para ocultar essas actividades
dos americanos ao público, em geral. A noção de que a agência está a realizar actividades
anti-éticas e ilícitas teria sérias repercussões nos círculos político e
diplomático".
O antigo funcionário da CIA Richard Helms (à esquerda), com
o Presidente Richard Nixon, em 1973, ajudou a lançar o programa na década de
1950.
As actividades MK-ULTRA da CIA continuaram até à
década de 1970, quando o Director da CIA, Richard Helms,
temendo ser exposto ao público, ordenou que o projecto fosse encerrado e todos
os arquivos destruídos. No entanto, um erro administrativo tinha enviado muitos
documentos para o departamento errado; portanto, quando os funcionários da CIA
estavam a destruir os arquivos, alguns deles permaneceram e foram divulgados
mais tarde perante uma solicitação da Lei de Liberdade de Informação (FOIA) do
jornalista e investigador John Marks. No
entanto, como quase todos os registos foram destruídos, os números e as identidades
das vítimas nunca serão conhecidos.
• Instituto de Pesquisa Stanford
O Instituto de Pesquisa Stanford (SRI) descreve a sua
missão como sendo "criar soluções que mudam o mundo para tornar as pessoas
mais seguras, saudáveis e produtivas". A Wikipedia diz-nos que os patronos
da Universidade de Stanford estabeleceram o SRI, em 1946, como sendo "um
centro de inovação para apoiar o desenvolvimento económico da região". Não
tenho provas de que o SRI tenha tornado alguém mais seguro ou mais produtivo e,
qualquer que seja o objectivo original desta instituição, não parecia estar
muito no topo da lista apoiar o desenvolvimento económico da região. De acordo
com a minha pesquisa, existem poucas instituições na América que tiveram as suas
histórias mais higienizadas e refeitas do que o ISR. Claro que todas as
referências à participação no MK-ULTRA da CIA e noutros projectos desumanos desapareceram
da narrativa. Em Agosto de 1977, o Washington Post divulgou alguns destes projectos;
provavelmente, havia muito mais.
Uma das actividades anteriores do SRI
envolvia contratos adjudicados pela CIA e pela Marinha dos EUA para pesquisar e
desenvolver o controlo mental a longa distância usando ondas de rádio. A CIA
já tinha financiado projectos MK-ULTRA na Honeywell, a fim de obter "um
método para penetrar na mente de um ser humano e controlar as suas ondas
cerebrais a longa distância". Na década de 1960, o então Director da CIA,
Richard Helms, estava empolgado com o que foi chamado de "comunicação
biológica por rádio", e o Washington Post publicou provas concretas de que
o controlo electrónico da mente era um dos principais objectos de estudo da SRI
na época. A teoria era de que as ondas electromagnéticas de frequência
extremamente baixa do cérebro podiam ser usadas para controlar indivíduos, às
vezes chamados de "empáticos", muitos dos quais (inexplicavelmente)
foram extraídos da Igreja de Scientology de L. Ron Hubbard
De acordo
com os relatórios, a CIA estava tão entusiasmada com as possibilidades destas
experiências no SRI, que foram desviados muitos milhões de dólares para estes
projectos, aumentados com testes de parapsicologia realizados simultaneamente
em Fort Meade, pela NSA. A supervisão médica para essa enorme variedade de
experiências estava sob o controle de outro pervertido da CIA, Dr. Louis Jolyon
West, então Professor de Psiquiatria da UCLA, um dos mais
notáveis especialistas da CIA, sobre controlo mental no país. É difícil evitar
a conclusão de que todas essas pessoas eram loucas, já que a CIA, a NSA e até o
INSCOM e a inteligência militar/serviços secretos militares (e, claro, a Church of Scientology/Igreja de Scientology)
cooperaram com o SRI em pesquisas que incluíam cartas de tarô, canalização de
espíritos, comungando com demónios e muito mais.
Mas, de
acordo com o próprio SRI, o trabalho do Dr. West incluía não só ondas de rádio
e parapsicologia, mas a criação de personalidades dissociativas "que
permitiam que os indivíduos sujeitos ao condicionamento mental se adaptassem ao
trauma". West referiu-se a essas pessoas como “crianças trocadas”,
que produziam estados mentais alternativos alucinantes, mas na verdade
esquizofrénicos (personalidades múltiplas induzidas), para permitir que eles
lidassem com o que foi designado como “stress ambiental prolongado”, isto é,
injecções forçadas de drogas, abuso físico, mental e sexual e programação
psíquica, utilizando, geralmente, grandes doses de LSD, o produto químico
preferido de Gottlieb. Existe documentação adequada de que muitas pessoas que
foram submetidas a esta "pesquisa" patrocinada pela CIA,
desenvolveram várias personalidades, muitas das quais foram induzidas à força
desde tenra idade. Existem histórias documentadas de alguns sobreviventes que
falam de abusos enormes de todos os tipos, que lhes foram infligidos a partir
dos quatro ou cinco anos de idade e de ter que lidar com o terror do que
parecia ser muitas pessoas diferentes a viver dentro das suas mentes. O Dr.
Jolyon West tornou-se uma espécie de especialista em pesquisa nesses estados
dissociativos e grande parte de seu trabalho no programa MK-ULTRA da CIA concentrou-se
na sua criação. Os registos revelam êxito na criação de amnésia, memórias
falsas, personalidades alteradas, identidades falsas e muito mais, todas
horripilantes e trágicas para os indivíduos envolvidos, todas da pesquisa de
West com métodos para "interromper as funções que, normalmente, integram a
personalidade" e tornar as pessoas totalmente sujeitas a um controlo
remoto.
Quando West morreu em 1999, o New York Times, novamente fiel à sua forma, publicou um delicioso
obituário escrito por Philip J. Hilts, que descreveu West como "um líder carismático
em psiquiatria", um homem cujo trabalho " se centrava em pessoas que
foram levadas aos limites da experiência humana, “como prisioneiros de guerra
com lavagem cerebral”, vítimas de raptos e crianças abusadas”, sem se preocupar
em mencionar que o suposto foco de West nessas pessoas não significava que ele
estivesse a cuidar delas, mas que ele criou essas condições. West era, de facto,
o homem que fazia a lavagem cerebral e o abuso de crianças, e não estava a
cuidar dos seus males. Hilts disse-nos que West testemunhou outrora uma
execução e permaneceu, para sempre, contra a pena de morte para prisioneiros.
Parece lamentável que ele não seja contra a pena de morte das suas próprias
vítimas. O New York Times diz-nos que
West era "uma figura colorida, uma pessoa viva". Que bom. Todos os obituários
tendem a ser lisonjeiros quando são escritos por familiares ou amigos, embora
as necrologias destinadas somente a elogios sejam escritas pela comunicação
mediática principal que tem um efeito poderoso na história no branqueamento, no
arejo e na reescrita - o que certamente teria sido a intenção do New York Times. Nada mais poderia explicar
essa descrição brilhante.
Devo discordar por um momento para discutir uma
doença geralmente referida como Transtorno de Personalidade Múltipla ou
Transtorno Dissociativo da Personalidade, uma condição na qual uma pessoa
desenvolve várias 'personas' ou personalidades distintas na sua mente, geralmente
totalmente afastadas, umas das outras e a maioria, frequentemente, criada como
um mecanismo de defesa para proteger uma mente vulnerável à destruição devido
aos horrores que ela sofreu. Em termos simples, uma mente torturada que
testemunha e experimenta horrores indescritíveis, eventos terríveis demais para
conviver, criará uma personalidade adicional na qual essa mente viverá,
afastando a outra da consciência. São os próprios horrores, que consistem em
todo tipo de abuso físico e sexual, tortura, tratamento com drogas e
electrochoques, talvez testemunhando as mortes ou assassinatos de outras crianças,
que forçam a criação destas múltiplas personalidades, aparentemente tão fácil
de realizar quando feito em crianças de tenra idade.
A
amnésia entre estas múltiplas personalidades é total: ao funcionar numa personalidade,
o indivíduo (neste caso, a criança) não tem conhecimento da existência das outras
e funciona como uma pessoa totalmente diferente. As paredes entre estas várias
personalidades são construídas em aço. O objectivo de criar estas múltiplas
personalidades é que o "médico" possa controlá-las, evocar qualquer
uma delas a qualquer momento e, em sentido real, "desenhar" cada uma
delas, criando para ela falsas lembranças, histórias, atitudes, padrões de comportamento,
lealdades, moralidades, tudo e, especialmente, a obediência. Para compreender
este processo, o leitor terá de pensar, vagamente, numa pessoa hipnotizada, a
encenar e a seguir à letra várias sugestões pós-hipnóticas e, mais tarde, com
amnésia total. Muitos psiquiatras alegaram que, na prática, este objectivo não
é muito difícil de ser conseguido; a teoria e os métodos foram bem confirmados.
Na
realidade, um assunto que percorreu todas as facetas do programa MK-ULTRA de
Gottlieb, e que foi declarado, claramente, num documento MK-ULTRA de 1955, foi
a pesquisa detalhada e minuciosa de "substâncias que produzam amnésia total
e perda de memória [mesmo à custa de] dano cerebral permanente "em
indivíduos que foram condicionados por psiquiatras da CIA, a amnésia incluindo
não só as acções executadas pelas suas personalidades alternativas, mas também
o facto de terem sido programadas.
A continuar
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
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What part will your country play in World War III?
By Larry Romanoff, May 27, 2021
The true origins of the two World Wars have been deleted from all our history books and replaced with mythology. Neither War was started (or desired) by Germany, but both at the instigation of a group of European Zionist Jews with the stated intent of the total destruction of Germany. The documentation is overwhelming and the evidence undeniable. (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11)