O Excepcionalismo Americano
LARRY ROMANOFF • AUGUST
22, 2020
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"Bem-vindo à América, Terra da Liberdade", pode ler nas placas do aeroporto
internacional de Washington, DC enquanto está na fila para tirar as
impressões digitais e serem feitas buscas às cavidades do seu corpo, à procura
de dispositivos nucleares de pequenas dimensões.
Poderia
ter intitulado este artigo "Lançar o Gato no meio dos Pombos". Numa
tentativa de evitar a próxima avalanche de desacordo e confirmo o meu conhecimento
das estatísticas produzidas por uma vasta série de indivíduos e instituições de
intenções e ideologias amplamente variadas, e que podem "provar"
quase tudo que se queira provar, sendo um exemplo fácil, os coeficientes GINI.
As estatísticas nas quais este artigo se
baseia não foram seleccionadas ao acaso e não podem ser invalidadas pelo
descontentamento do leitor.
Os Estados Unidos são os Melhores,
Somente, por Serem os Piores
Os
Estados Unidos têm, hoje, a maior desigualdade
de rendimento per capita de todas as nações ocidentais (1) (2), ultrapassando
a China e também mais do que algumas nações subdesenvolvidas. A partir deste
ponto, têm a menor mobilidade social
da maioria das nações (3), o
que significa que está, cada vez mais, a ser impossível melhorar a condição de
vida. Se os seus pais não forem educados e ricos, o leitor também nunca o será,
e morre o sonho americano. Hoje em
dia, os Estados Unidos têm a menor classe
média e a maior classe baixa de
todas as nações importantes, tendo a classe média sido praticamente estripada
em 2008. Esse processo está a ser finalizado hoje e, provavelmente, nunca mais
se recuperará. Os americanos são portadores do maior montante de dívidas pessoais entre todas as nações (4), incluindo
dívidas de cartão de crédito e empréstimos universitários, cada vez
mais difíceis de reembolsar e, agora, os EUA lideram o mundo em falências pessoais (5). De
acordo com as estatísticas governamentais, os EUA, desde 2008, têm a menor percentagem
de cidadãos com casa própria, apenas
57% (6), ocupando
o 43º lugar no mundo, muito abaixo da China que abrange 90% (7), e têm agora uma epidemia virtual
de indivíduos sem abrigo em comparação com a maioria das outras nações, com
milhões de famílias com crianças na condição de sem abrigo e que não estão
referenciadas nessas mesmas estatísticas.
A taxa de pobreza nos Estados Unidos é
extraordinária, com estatísticas oficiais referindo esse número em 13%, mas na
realidade com mais de 25% da população a viver abaixo da linha de pobreza, na
maioria dos casos bem abaixo (8).
Também têm a maior percentagem de
crianças a viver em estado de pobreza, e quase um terço de todos os
cidadãos dos EUA depende de cupões de alimentação e de outras ajudas do governo
para sobreviver (9). O
desemprego também é extraordinário.
De acordo com as estatísticas governamentais, 40% dos americanos em idade
produtiva não têm emprego (10) (11),
muitos dos demais estão subempregados
e trabalham apenas meio período. Só as cidades americanas ou as cidades de
nações mais empobrecidas é que contêm áreas
tão vastas de decadência urbana e favelas
desesperadas como as de Detroit e de Chicago, onde metade das áreas são
terras devastadas e violentas, onde não vai ninguém.