Por Larry Romanoff, April 04, 2021
CHINESE ENGLISH GERMAN PORTUGUESE SPANISH
O
Isolamento
No
início da epidemia, a China concretizou as medidas mais abrangentes e rigorosas
jamais tomadas. Wuhan foi isolada em 23 de Janeiro, juntamente com várias
outras cidades na província de Hubei, logo a seguir e depois, toda a província.
(1)
O
transporte público foi totalmente suspenso. Aeroportos, estações de caminhos de
ferro, centrais de autocarros e camionetes, cais de barcos cacilheiros e
transportes fluviais foram encerrados, todas as autoestradas e vias principais
com portagem foram fechadas e a maioria das estradas bloqueadas. Todos os
metropolitanos e autocarros pararam de circular, e todas as pessoas deveriam
permanecer em casa. O bloqueio inicial, no final de Janeiro, envolveu
cerca de 20 milhões de pessoas, chegando num mês, a cerca de 60 milhões, na
época em que a China tinha só cerca de 500 infecções. Esta alteração, sem
precedentes nos tempos modernos e sem dúvida uma decisão difícil de ser tomada,
disse muito sobre a gravidade da situação e sobre a seriedade com que o governo
encarou a ameaça à saúde pública. Nessa ocasião, o Presidente da China, Xi
Jinping, emitiu um aviso bastante sério e preocupante, afirmando que "Os
governos de todos os níveis são obrigados a tomar resolutamente todas as
medidas preventivas para conter a rápida propagação do vírus e ser
completamente transparentes sobre a sua situação local, a fim de que o país se
possa unir para combater a pandemia e garantir que o mundo tenha uma imagem
verdadeira da situação”. Como Xi deixou claro, “Os erros do passado não se
devem repetir”.
Todas
as evidências sugerem que as autoridades chinesas agiram com eficiência, logo
que perceberam o perigo que poderiam estar a enfrentar.
Ao
recordar os problemas do SARS, eles impuseram muito mais restrições. Na maioria
dos grandes centros do país, todas as instalações desportivas, teatros, museus,
atracções turísticas, todos os locais que atraem multidões, foram encerrados,
assim como todas as escolas. Todas as excursões em grupo foram canceladas. Não
só foi bloqueada a cidade de Wuhan, mas praticamente toda a província de Hubei,
com a paralisação de todos os comboios, aviões, camionetes, autocarros, metros,
embarcações, todas as vias de circulação e o fecho das portagens. Foram
cancelados milhares de voos e de viagens de comboio até nova ordem. Algumas
cidades como Shanghai e Pequim, estavam a efectuar testes de temperatura em
todas as estradas que conduziam às cidades. Além do mais, Wuhan estava a construir
dois hospitais portáteis de 25.000 metros quadrados cada, para lidar com
pacientes infectados. Wuhan pediu também aos cidadãos, que não saíssem nem
entrassem na cidade sem um motivo inadiável e todos estavam a usar
máscaras.
A
escala do desafio de concretizar esse bloqueio foi imensa, comparável ao
encerramento de todas as ligações de transporte de acesso a uma cidade, com 5
vezes o tamanho de Toronto ou Chicago, dois dias antes do Natal. Essas decisões
não tinham precedentes, mas testemunharam a determinação das autoridades em
limitar a propagação e os danos desse novo agente patogénico. Não
abordaram só a gravidade da situação, como também a seriedade da sua
consideração pela saúde pública - decisões difíceis de serem tomadas,
visto que destruíam o usufruto do feriado a centenas de milhões de pessoas. A
maior parte dos espectáculos públicos foi cancelada, assim como as excursões e
muitos casamentos. O prejuízo para a economia, durante este período que é o
mais festivo de todos, foi enorme. Hong Kong sofrerá fortemente, além de todos
os outros problemas, pois que as visitas da China Continental sustentam,
geralmente, grande parte da economia de vendas a retalho, durante este período.
E
a comunicação mediática ocidental já estava a atacar redondamente a China, (2)
alguns a referir que os bloqueios e as quarentenas eram "uma violação dos
direitos humanos" e eram, de qualquer forma, ineficazes, com Pompeo, do
Departamento de Estado dos EUA, já a lamentar a "falta de
transparência" do governo chinês e o Imperial College de Londres a
argumentar que as infecções na China foram subestimadas por um factor de dez.(3)
E, claro, os amigos da China em Langley, Virgínia, estavam ocupados a fazer
postagens no Weibo, invocando que era "o fim do mundo" com todos
"à beira das lágrimas", enquanto o Guardian do Reino Unido
afirmava, que "o pânico estava a espalhar-se" na China. (4)
Uma
semana após o isolamento de Wuhan, foi suspenso praticamente todo o tráfego
ferroviário e aéreo da China, para impedir o vírus de ter um meio de
transporte. Esta foi, obviamente, a parte mais estranha, com grande parte da
população prestes a viajar para casa para o feriado do Ano Novo Chinês. Todas
as áreas de concentração da população foram fechadas. Para evitar aglomerações,
foram encerrados restaurantes, shoppings, cinemas, museus, mercados, centros
turísticos e muitos lugares semelhantes e muitas fábricas foram seriamente
afectadas por dificuldades inesperadas de laboração, devido às quarentenas. As
medidas fortes, por mais eficazes que fossem, prejudicaram inevitavelmente,
algumas partes da economia chinesa e claro que causaram transtornos e algumas
dificuldades no dia a dia das pessoas, mas as medidas sem precedentes
produziram resultados positivos, com uma rápida diminuição de novas infecções.
Usando
Shanghai como exemplo, no final de Fevereiro a cidade submeteu a exames nos
aeroportos da cidade, todos os viajantes de países gravemente afectados, a fim
de evitar infecções importadas. Todos os passageiros que chegavam, que moravam
ou viajavam nos países mais afectados, foram submetidos automaticamente a uma
quarentena de 14 dias em casa ou em hotéis designados. (5)
(6) Esses
passageiros não foram autorizados a utilizar táxis ou transportes públicos, mas
foram conduzidos a locais de quarentena designados pelas autoridades
alfandegárias, onde estavam trabalhadores comunitários à espera deles, com uma
equipa de autoridades locais, um médico e um polícia para orientá-los para a
quarentena doméstica. Este grande grupo era formado por voluntários que viviam
temporariamente em hotéis próximos, evitando as suas residência devido ao risco
de propagação do vírus. (7)
Os
estrangeiros foram considerados antecipadamente e foi-lhes oferecida a
assistência necessária das comunidades onde residiam, a fim de solucionar as
suas dificuldades após a entrada na cidade.(8) No início de Março, a
China impôs grandes restrições às viagens aéreas de entrada e efectivamente
fechou as fronteiras. Quem não tinha residência e emprego permanente em
Shanghai não tinha permissão para entrar na cidade por estrada, excepto por
razões médicas.(9) O
Governo Central suspendeu temporariamente a entrada no país de titulares de
passaportes estrangeiros, mesmo com vistos ou autorizações de residência
válidos, o que foi uma medida sem precedentes, mas necessária para prevenir
infecções importadas. (10)
(11)
As
áreas residenciais da maioria das cidades chinesas são compostas por
comunidades que são em grande parte independentes, semelhantes em alguns
aspectos aos condomínios fechados no Ocidente, tornando, certamente, mais
fáceis e eficazes, o isolamento e a quarentena, do que nos extensos subúrbios
da América do Norte. Na minha comunidade em Shanghai, por exemplo, a estrada
que conduz à comunidade foi bloqueada, o que significa que ninguém saiu, nem
entrou. Estavam disponíveis autorizações especiais para alguns tipos de viagens
oficiais ou necessidades médicas, mas na prática, eram poucas. Todas as
actividades comerciais da comunidade foram encerradas temporariamente, assim
como as escolas e os locais de encontro. Quase todos permaneciam em casa e,
quando eram necessárias breves excursões, usava-se sempre a máscara e
evitava-se a proximidade de outras pessoas.
Mas
havia muito mais liderança e planeamento que não eram visíveis. Imediatamente
após a execução da quarentena comunitária, as autoridades locais contrataram um
grande fornecedor de alimentos para dar continuidade às provisões. Foi
projectado durante a noite um aplicativo online para telemóvel, usado para
fazer pedidos de todos os alimentos, vegetais frescos e carnes. A cada dois ou
três dias, um camião de entrega passava nas barreiras e entrava na comunidade,
os motoristas estavam proibidos de fazer contacto humano. Cada pedido era
embalado e lacrado separadamente e enviado para o departamento do centro
comunitário, onde os residentes podiam levantá-los e pagar online após a
entrega. Um sistema semelhante foi organizado para o fornecimento regular de
medicamentos. As entregas do correio eram depositadas na barreira da estrada,
onde os residentes podiam ir, um a um, levantar os seus pacotes. Não foi
esquecido nada e a participação cuidadosa foi mais ou menos total. Permanecer
em casa era considerado um dever cívico dos residentes da comunidade, para se
protegerem uns aos outros e prevenir a propagação do vírus. Os seguranças
locais foram extremamente úteis. Estavam bem informados sobre todos os
procedimentos, eram competentes a medir as temperaturas e capazes de tomar
decisões. Não tivemos uma única infecção.
Devido
à maioria dos residentes permanecer isolada em casa, os pedidos online e as
solicitações de entrega aumentaram talvez dez vezes mais e os supermercados e
as plataformas de comércio electrónico de Shanghai trabalharam intensamente
para garantir o abastecimento adequado de alimentos durante o isolamento. (12) O aumento da
procura representou desafios porque muitos fornecedores de alimentos e empresas
de logística já tinham parado de trabalhar durante o Festival da Primavera, mas
as cadeias de abastecimento domésticas da China são excepcionais, muito
melhores do que as existentes em qualquer outro país. Cada um dos grandes
fornecedores providenciou rapidamente a distribuição de cinco a dez vezes as
suas quantidades diárias normais, trazendo, cada um deles, centenas de toneladas
de alimentos e organizando as distribuições à comunidade. Ao mesmo tempo,
muitas plataformas de comércio electrónico organizaram rapidamente programas
com os fabricantes para obter fornecimentos médicos urgentes, incluindo
máscaras, desinfectantes e roupas de protecção. A maioria criou áreas especiais
nos seus aplicativos de telemóvel para permitir que os residentes pudessem
comprar facilmente todos os artigos necessários.
Liderança
Uma
razão pela qual os chineses foram capazes de lidar com a epidemia, enquanto o
Reino Unido e os EUA tropeçavam no escuro, é que os chineses pensam, com muita
razão, que estiveram sob ataque biológico irregular, desde 1950, portanto,
estavam preparados com planos bem traçados e organizadores competentes para
responder a um acontecimento desses. Assim que o governo central soube da
natureza específica do surto, respondeu maciçamente e, em grande medida, a
população compreendeu a necessidade do que lhe era solicitado e cooperou.
O
Presidente chinês, Xi Jinping, disse: "O Coronavirus é um Demónio e não
podemos deixar esse Demónio esconder-se." (13) Disse
que a China estava "perante a grave situação de uma disseminação
acelerada" do vírus, que "o povo chinês está a travar uma batalha
dramática contra o surto da nova pneumonia do coronavírus. A vida e a saúde das
pessoas são sempre a primeira prioridade do governo chinês, e a prevenção e
controlo da epidemia é a tarefa mais importante de momento, então eu mesmo
tenho estabelecido, iniciado e dirigido as operações."
O
Snr. Xi deu a máxima prioridade, presidindo pessoalmente a uma reunião da
Comissão Permanente onde ouviu todos os relatórios e decidiu, imediatamente,
criar um grupo da Comissão Central do PCC para supervisionar o esforço
nacional, e enviar também um grupo de planeamento de alto nível para Hubei,
para dirigir o trabalho no terreno. (14)
Logo após o surto ocorrer e o agente patogénico ser identificado, um Grupo
Central de Orientação apareceu em Wuhan para supervisionar todos os esforços do
COVID-19, para libertar a equipa médica das responsabilidades de administração
e planeamento e para assegurar que recebessem tudo o que era necessário.(15)
Com
esta liderança, os leitos hospitalares disponíveis de Wuhan aumentaram de 5.000
para cerca de 25.000 em dez dias. Foi a partir daí que centenas de equipas
médicas e cerca de 50.000 médicos foram enviados de toda a China para a
província de Hubei. Foi desta liderança que surgiram os confinamentos e as
quarentenas, e foi desta liderança que as mortes na China foram limitadas a
pouco mais de 4.000, a maioria em Wuhan, sendo poupado todo o resto
desta nação de 1 bilião e 400 milhões de pessoas.
Como
é que a China o conseguiu? Não foi a "China". Foi o povo chinês, a
sua civilização e a sua cultura. Toda a sociedade chinesa foi mobilizada, não
apenas o Governo Central ou as autoridades médicas em Hubei, mas todos os
cidadãos, empresas privadas, empresas estatais e fundações, avaliaram
instantaneamente a sua capacidadde de ajuda e então agiram. (16) Wuhan
recebeu apoio em grande escala de toda a nação, não só para travar a batalha,
mas para se recuperar dos efeitos da guerra. Não foram unicamente os
isolamentos e as quarentenas a cortar os canais de fuga do vírus. Centenas de
milhões de chineses sacrificaram algo das suas vidas normais para conter a
propagação do vírus, agindo em uníssono e trabalhando juntos para alcançar uma
resposta colectiva. Os ocidentais nunca compreenderão esta atitude.
A
comunição mediática dos EUA estava ocupada a destruir a China, alegando uma
"resposta lenta" ao vírus (enquanto ignorava, convenientemente, os
três meses perdidos no seu próprio país), mas os americanos compreendem apenas
vagamente (se é que percebem) a capacidade chinesa de agir rapidamente que,
para grande pesar de todos os americanos, em todos os lugares, se deve
principalmente a duas coisas - ao sistema político da China e ao socialismo
embutido no DNA cultural chinês. Embora o Ocidente de língua inglesa seja uma
cultura do tipo "cada um por si", os chineses são uma civilização e
agem em uníssono como tal, com o resultado de que, praticamente, estão
todos unidos e de acordo, no que diz respeito aos acontecimentos importantes
para a nação. Assim, na ausência da competição de interesses privados e
egoístas, um plano nacional pode ser concebido, examinado, discutido, aprovado
e executado num espaço de tempo muito mais curto do que num país como os
Estados Unidos - e com a total cooperação e aprovação públicas.
O
sistema político da China é muito mais unido do que no Ocidente, tornando os
governos locais responsáveis perante o governo central,
ao passo que nas nações
ocidentais as autoridades locais são
amplamente autónomas,
tornando a cooperação
quase impossível.
Assim, em tempos de emergência, o isolamento burocrático evapora-se,
simplesmente, e a enorme força de trabalho do país torna possível a rapidez da
execução sem sacrificar a qualidade. E, com a população em geral a partilhar
amplamente os objectivos da nação, as orientações sobre a maneira de agir, que
podem ser resistidas no Ocidente, são amplamente aprovadas na China. Devido à
excelente organização da China, o governo central tem a capacidade de mobilizar
rapidamente todos os recursos de que necessita. Construir um novo hospital em
dez dias ou uma nova ferrovia de alta velocidade no espaço de tempo de um ou
dois anos é uma mobilização liderada pelo governo da sociedade chinesa. Como a
China tem só um partido político e uma ausência completa de lutas internas
partidárias, o governo age em unidade com a população e, logo que seja
determinada uma directriz de acção clara e resoluta, toda a civilização chinesa
não só está ansiosa por participar, como também está disposta a sacrificar-se
para concretizá-la, algo muito difícil dos ocidentais imaginarem. Muitos
trabalhadores entrevistados pela CGTN sentiam-se orgulhosos de dizer que
dormiram apenas duas horas em três dias, durante a construção dos novos
hospitais. (17)
Martin
Jacques disse:
"A
capacidade da China para lidar com emergências deste tipo é muito mais
desenvolvida e muito mais capaz do que poderia ser alcançada por qualquer
governo ocidental. O sistema chinês, o governo chinês, é superior a outros
governos para resolver grandes desafios como este. E há duas razões: em
primeiro lugar, o Estado chinês é uma instituição muito eficiente, capaz de
pensar estrategicamente e mobilizar a sociedade. E a outra razão é que os
chineses esperam que o governo assuma a liderança neste tipo de questões e eles
seguirão essa liderança."(18)
Como
o número de infecções aumentou para além da capacidade dos hospitais locais,
atingindo no apogeu, 15.000 novos pacientes por dia o grupo de planeamento
dirigiu a sua atenção: primeiro, para o fornecimento de capacidade hospitalar
adicional,(19)
e então planearam, projectaram e construíram dois hospitais novos enormes. Não
eram "quartéis frágeis e despojados", como foi descrito pela
comunicação mediática ocidental; observados a partir do interior, a sua
aparência era idêntica à de qualquer hospital moderno totalmente equipado. (20)
(21)
Eram unidades modulares de betão, projectadas para montagem rápida, de maneira
semelhante à colocação de contentores de transporte, lado a lado, com
instalação completa de ar condicionado, aquecimento, ventilação, pressão
negativa, electricidade abundante e muito mais. Depois de montadas, essas
unidades funcionam como um todo e são um hospital normal, com todos os
equipamentos e instalações que normalmente encontramos em qualquer hospital. O
primeiro foi construído em dez dias por 16 mil homens, em turnos 24 horas por
dia. O segundo hospital era maior e foi acabado em apenas 6 dias. (22)
Para limpar e nivelar o local e colocar a infraestrutura, havia 240
equipamentos de construção trabalhando no mesmo local, ao mesmo tempo - também
24 horas por dia. A comunicação mediática chinesa publicou vídeos das diversas
fases do processo de construção, que eram verdadeiramente surpreendentes. Esses
hospitais foram construídos em várias cidades da província de Hubei.
Imediatamente
após a conclusão do primeiro hospital, mais de 3.000 médicos e enfermeiras de
cerca de 300 hospitais de todo o país foram enviados para trabalharem nesse
estabelecimento. O grupo fez muito mais do que construir hospitais. Foi criado
um total de 16 hospitais provisórios através da conversão de locais públicos,
foram reformados vários hospitais existentes para atender exclusivamente os
pacientes do COVID-19 e mais de 500 hoteis, centros de treino e centros de
saúde foram convertidos em locais de quarentena. (23) Um hospital
improvisado em Wuhan foi transformado de centro desportivo numa clínica de
tratamento de MTC (Medicina Tradicional Chinesa), enquanto muitos centros de
exposições e ginásios foram convertidos em hospitais provisórios para os que
apresentavam sintomas leves, mas que ainda precisavam de quarentena. (24) Este Grupo
de Orientação Central desempenhou um papel insubstituível na batalha contra o
vírus de Wuhan.
O
que o mundo visivelmente não valoriza, é que, do total de 4.600 mortes na
China, 4.500 delas (98%) ocorreram na província de Hubei. Se os dirigentes da
China não tivessem isolado de imediato a cidade de Wuhan e colocado, a seguir,
toda a província em quarentena, o número de mortos poderia ter sido de centenas
de milhares. De acordo com um artigo publicado no final de Março, na revista
Science, (1) o co-autor Christopher Dye disse: "A nossa análise sugere
que, sem a proibição de viagens em Wuhan e a resposta nacional de emergência,
teria havido mais de 700.000 casos COVID-19 confirmados fora de Wuhan em
[Fevereiro]. (25) As
medidas de controlo da China, funcionaram, interrompendo de maneira bem sucedida,
a cadeia de transmissão."
A
maioria dos países asiáticos seguiu o exemplo da China, com resultados
semelhantes. Os Estados Unidos recusaram-se a fazê-lo, permitindo que o vírus
se propagasse livremente, por terem evitado os isolamentos e as quarentenas e,
no momento em que este artigo foi escrito, parecia estar a caminho de pelo
menos 100.000 (sendo a maioria) mortes desnecessárias. A maneira americana de
lidar com a epidemia era não fazer nada e atirar pedras à China. (26) O Canadá
fez o mesmo: Shanghai fica a apenas a duas horas de Wuhan e não teve tempo para
se preparar ou planear, mas teve apenas algumas centenas de infecções e apenas
7 mortes. O Canadá, com uma população numericamente semelhante à de Shanghai, a
10.000 km de Wuhan e com meses para se preparar, teve mais infecções e
falecimentos do que toda a China junta.
Claro
que não foi perfeito. Vamos aceitar que algumas autoridades locais em Wuhan
tiveram relutância em enfrentar a possibilidade de uma grande epidemia num
momento tão crucial e hesitaram em divulgar o facto de que as mortes já estavam
a ocorrer. Embora esse acontecimento tenha sido realmente um constrangimento
para a China, pode ser facilmente demonstrado que o efeito líquido foi zero
porque o trabalho de investigação médica continuou inabalável e, assim que o
novo agente patogénico foi descoberto, essa informação foi tornada pública para
a China e para o mundo. A relutância de algumas autoridades locais em divulgar
uma nova doença não causou atrasos de qualquer tipo, seja na China ou
internacionalmente, porque até àquela altura não havia nenhuma informação a ser
comunicada, a não ser o facto de que algumas dezenas de pessoas tinham adoecido
com uma infecção respiratória atípica. Todas as acusações de que a China fez
perder dois ou três meses de tempo de preparação aos Estados Unidos, não
passaram de uma jogada política juvenil, porque as autoridades chinesas
comunicaram tudo o que sabiam logo que tomaram conhecimento do mesmo.
Para
o Ocidente, essa breve hesitação foi um grande factor positivo, porque
forneceu, no seu melhor, oportunidades ilimitadas (e aparentemente
intermináveis) para oportunismo político violento e opressor da China. Em
contraste, o descontentamento dentro da China foi real, tanto para o público
como para o governo central - que demitiu ou substituiu os mesmos
funcionários locais, de imediato. Como país, a China enfrenta os seus erros
abertamente com o público e age de prontamente de acordo. Comparem esta
situação com a descoberta nos Estados Unidos, de que a CIA operava a maior rede
de prisões de tortura da História do mundo. O que aconteceu? Muita reclamação
da comunicação mediática, uma audiência fraudulenta no Congresso, muitas informações
ocultadas e suprimidas e todo o assunto varrido para debaixo do tapete,
removido do radar da comunicação mediática e rapidamente esquecido. As prisões
de tortura ainda estão abertas hoje e só uma pessoa de menor importância pagou
e foi sentenciada com uma pena mínima. Até agora, todos os réus envolvidos
mantiveram as suas posições e nada mudou.
Para
um estrangeiro que observava dentro desse país, o governo chinês e o povo
chinês foram corajosos ao assumir essa tarefa formidável. Desde o início, colocaram
a vida e a saúde das pessoas em primeiro lugar. O Governo Central mobilizou
toda a nação, organizou mecanismos incalculáveis de controlo e tratamento e
agiu com abertura e transparência, com grande parte da população a fazer
sacrifícios significativos sem, no entanto, reclamar.
A
coesão e a coordenação nacionais foram admiráveis. Todos os 50.000 médicos da
linha da frente e muitos outros que foram para Wuhan eram voluntários, 90%
deles eram membros do Partido que juraram "em primeiro lugar, carregar o
fardo do povo e só depois, usufruir o seu bem-estar". Para os ouvidos
ocidentais, isto levanta suspeitas e causa desconfiança como sendo propaganda
inútil e desnecessária, mas muitos desses funcionários da linha de frente
morreram naquela batalha. Para eles não era propaganda. Zhang Wenhong, membro
proeminente do Partido e Director do Departamento de Doenças Infecciosas do
Hospital Huashan, de Shanghai, disse: "Quando nos juntamos ao Partido,
jurámos que daríamos sempre prioridade aos interesses do povo e seguiríamos em
frente, perante as dificuldades. Este é o momento de cumprir a nossa promessa.
Todos os membros do Partido Comunista Chinês devem correr para a linha da
frente. Não me importa o que estavam realmente a pensar quando se juntaram ao
Partido. Agora é o momento de cumprir o que prometeram. Não me importa se
concordam ou não: não é negociável. " (1) Esta atitude pode parecer
consideravelmente autoritária para um ocidental, mas existia muita bondade por
trás destas palavras. Zhang disse mais tarde: "A equipa de primeiros socorros
colocou-se em grande perigo. Estão cansados e
precisam de descansar. Não
devemos abusar das pessoas boas." Nessa altura, ele substituiu quase todos
os médicos da linha da frente por membros de
diversos sectores.
Nós,
ocidentais, não podemos compreender o facto da sociedade e da cultura da China
serem muito mais compassivas do que as nossas. Os chineses dão muito mais valor
aos idosos do que nós. Na China (como em Itália), os avós e os idosos vivem com
a família, nunca são enviados para os asilos para viver e morrer mais ou menos
sozinhos. Quando se percebeu que, sobretudo os idosos, estavam ameaçados
de ter uma morte prematura e dolorosa, os chineses colocaram toda a sua
economia em ‘standby’ e a sua prioridade foi salvar essas pessoas.
Dr.
Bruce Aylward, chefe da Missão Internacional da OMS, disse: "Perante uma
doença até então desconhecida, a China adoptou uma das abordagens mais antigas
para o controlo de doenças infecciosas e concretizou, provavelmente, o isolamento
mais ambicioso, rápido e agressivo de uma doença. A China, em toda a
História, tomou medidas antiquadas, como o procedimento nacional de lavar as
mãos, usar máscaras, praticar o distanciamento social e o controlo universal da
temperatura. Mas então rapidamente, consoante começou a evoluir, a resposta
começou a mudar ... Então, eles aperfeiçoaram a estratégia enquanto avançavam e
este aspecto é importante, quando procuramos saber como devemos usá-la daqui
para a frente. A OMS está aqui desde o início desta epidemia, a trabalhar todos
os dias com o governo da China ... A OMS esteve aqui desde o início e nunca
mais saiu." Disse ainda: "O que mais me impressionou foi que todos os
chineses tinham um forte sentido de responsabilidade e dedicação em relação a
contribuir na luta contra a epidemia". O Director-Geral da OMS, Tan Desai,
comentou: "A velocidade e a escala de acção da China são raras ... Essa é
a vantagem do sistema da China, e essa experiência valiosa, vale a pena ser
aprendida por outros países."
O
Global Times publicou um editorial intitulado: "Os milagres da
China estão para além da compreensão tendenciosa do Ocidente", do qual
citarei aqui:
"A
retórica que acusa a China de esconder a verdade já se tornou uma
banalidade. Estes supostos especialistas, nos EUA, presumem sempre que a China
está errada ou que não é confiável e então, tentam provar a conclusão
pressuposta com provas ambíguas e com uma lógica pervertida. Estão acostumados
a fixar os olhos em histórias fictícias sobre a China, mas poucos estão
dispostos a perceber o que realmente está a acontecer no país. Para esse país
que deixou a epidemia sair do controlo, apesar dos avisos óbvios enviados pela
China, a luta contra o vírus da China é realmente um milagre. Mas para a China,
o resultado parece absolutamente normal e merecido, tendo em vista o forte
sentido de responsabilidade do governo pela vida das pessoas, a grande
capacidade de mobilização do sistema governamental e a firme disposição do povo
chinês em apoiar todas as medidas de isolamento. Em nenhuma parte isso poderia
funcionar como funciona na China e, portanto, não faz sentido aplicar os
modelos de qualquer país à China. A China tem feito milagres nas últimas
décadas graças aos tremendos esforços do governo e do povo. Desde a reforma e
da abertura, a China cresceu rapidamente, para se tornar na segunda maior
economia do mundo e tirou centenas de milhões de pessoas da pobreza extrema.” (27)
O
Lancet publicou um artigo afirmando que "a China merece gratidão e
não a crítica, por ter lidado com a pandemia do COVID-19". O editor do
Lancet, Richard Horton, referiu que os pesquisadores chineses estavam a
fornecer informações cruciais, mas ninguém no Ocidente estava a prestar
atenção, e não se prepararam. Em Janeiro, o The Lancet publicou cinco
artigos que "contam o relato do que se desenrolou no mundo ocidental nos
últimos meses. Mostraram que surgiu um vírus mortal que não tinha tratamento e
que podia ser transmitido entre as pessoas. Sabíamos tudo isto na última semana
de Janeiro, mas a maioria dos países ocidentais e os Estados Unidos da América
desperdiçaram Fevereiro e o início de Março antes de agirem. Essa é a tragédia
humana do COVID-19. Graças ao trabalho dos médicos e dos cientistas chineses a
trabalhar em colaborações internacionais, todas estas informações tornaram-se
conhecidas em Janeiro, mas por motivos difíceis de perceber, o mundo não
prestou atenção. O resultado foi que morreram desnecessariamente, milhares de
pessoas." (28)
Horton disse ainda que os ataques à China feitos pelos políticos [americanos]
eram injustificados. "Quero deixar registado e agradecer aos meus amigos e
colegas na China, que trabalham em Medicina e em Ciência Médica, pelo que
fizeram. Como disse, considero que lhes devemos muito... Eles não merecem
críticas, merecem a nossa gratidão." E houve mais: em 15 de Maio de 2020,
o The Lancet publicou uma avaliação contundente da forma como a
Administração Trump lidou com a epidemia de vírus, na qual exortava todos os
americanos a votarem na saída do Presidente Trump [devido à sua incompetência].
“Os americanos devem colocar um Presidente na Casa Branca, em Janeiro de 2021,
que compreenda que a saúde pública não deve ser regulamentada pelas políticas
partidárias. (29)
O
principal objectivo do Governo da China é o rejuvenescimento do país, em parte
comprovado pelos esforços determinados feitos para a melhoria e para o
bem-estar da sua população, o que se reflecte na credibilidade e alto nível de
confiança que o povo chinês deposita no seu governo. Estes conceitos não
existem no Ocidente. Nos Estados Unidos, o "modelo do mundo para
tudo", uma epidemia de vírus é vista através das lentes do lucro das
grandes empresas, as pessoas doentes não são seres humanos que precisam de
assistência, são apenas um novo "mercado" lucrativo - para quem tem
dinheiro para pagar. Um hospital americano não é um lugar para curar enfermos,
mas uma espécie de curral cheio de vacas leiteiras para ordenhar. Esta é uma
das razões fundamentais por trás da abordagem caótica e desesperada dos Estados
Unidos em lidar com a epidemia. A Administração Trump falhou em ajudar-se a si
própria e recusou-se a ajudar até mesmo os seus amigos, por um lado ignorando o
sofrimento e as dificuldades extremas da China e perdendo o seu tempo marcando
pontos políticos baratos no cenário mundial, feliz com a perda de vidas e com
os prejuízos económicos que a China estava a sofrer.
O
socialismo no seu melhor
A
4 de Abril de 2020, a China realizou um momento de reflexão de três minutos a
nível nacional para homenagear os que morreram no surto do coronavírus,
especialmente o pessoal médico agora considerado como "mártires" que
caíram enquanto lutavam contra o que se tornou uma pandemia global. (30)
Ocorreram comemorações em todas as cidades principais, mas foram
particularmente pungentes em Wuhan e realizaram-se durante o festival
tradicional de Qingming, quando os chineses visitam os túmulos dos seus
antepassados. O Conselho de Estado chinês ordenou que as bandeiras nacionais
fossem colocadas a meia haste em todo o país, bem como nas embaixadas e
consulados chineses no estrangeiro.
Foi
animador verificar que durante a epidemia, hoteis privados chineses em Wuhan
fornecessem voluntariamente quartos gratuitos ao pessoal médico que necessitava
de descanso. Xiao Yaxing, a proprietária privada de um hotel de quatro estrelas
na cidade, abriu um grupo de discussão no WeChat onde solicitou aos seus
colegas de mais de 40 hoteis que oferecessem quartos a médicos e enfermeiros
que trabalhavam dia e noite para salvar vidas. Disse que, uma vez que quase
todos os transportes tinham cessado na grande cidade, era difícil para o
pessoal médico chegar aos hospitais a partir de casa e precisavam de locais de
descanso e, como ela referiu, "muitos hoteis em Wuhan estão fechados para
viajantes, deixando muitos quartos vazios que podemos oferecer gratuitamente".(31) Yi Qingyan,
gerente regional do ramo hoteleiro de Feizhu na província de Hubei, na China
Central, disse que, quando ouviu falar do grupo de Xiao, pediu aos gerentes de hotel
que conhecia, para fornecerem quartos ao pessoal médico. (32)
Em
Março, o Partido Comunista da China doou 5,3 biliões de RMB (750 milhões de
dólares) para serem utilizados para "ampliar o benefício" aos médicos
da linha de frente, os que prestam assistência na província de Hubei, a que foi
mais duramente atingida. (33) O dinheiro foi
entregue ao Ministério das Finanças, ao qual foi confiada a distribuição do
mesmo, com a estipulação de que as famílias dos trabalhadores médicos que
morressem na linha da frente seriam beneficiários elegíveis, e também que
alguns funcionários de base, agentes de segurança pública, trabalhadores
comunitários, voluntários e jornalistas da linha da frente poderiam ter acesso
a esses fundos. Além do mais, quase 80 milhões de membros do Partido Comunista
da China em todo o país doaram mais de 8 biliões de RMB para o esforço do
coronavírus, e as doações ainda estavam a chegar na altura em que redigi este
capítulo. Não teria sido bom se o partido republicanos ou o partido democrata e
os seus respectivos membros tivessem feito o mesmo por Nova Iorque?
Sendo
uma sociedade socialmente orientada, a China também tem instituições de
caridade, mas são animais muito diferentes dos existentes no Ocidente, muito
especialmente os da América do Norte. As instituições de caridade chinesas não
gastam 80% dos fundos recolhidos em despesas de funcionamento e de
representação. De facto, normalmente não angariam dinheiro, mas sim bens reais
que são distribuídos aos beneficiários. Como exemplo, quando os hospitais Wuhan
lançaram um pedido de ajuda, a Federação de Caridade Hubei recebeu mais de 1 milhão
de máscaras e outros materiais médicos que foram imediatamente distribuídos aos
hospitais. (34) Neste
caso, também angariaram 30 milhões de RMB em dinheiro da comunidade e de
cidadãos de outras províncias, dinheiro que foi imediatamente gasto na compra
de mais provisões. Além do mais, na China o público pode supervisionar a
distribuição e utilização dos materiais doados e, no caso da COVID-19, as
autoridades médicas provinciais estavam disponíveis para centralizar a
organização e atribuição dos materiais aos hospitais e centros de tratamento
médico, bem como para garantir a rapidez do transporte e entrega dos mesmos.
Toda
a China, de muitas formas nunca esperaríamos, se esforçou por expressar a sua
gratidão aos trabalhadores médicos que sentem ter salvo a sua nação de uma
catástrofe. Como exemplo, mais de 500 áreas turísticas na China anunciaram a
entrada gratuita de todos os trabalhadores médicos durante o resto de 2020,
como forma de expressar a sincera gratidão dos cidadãos locais pelo empenho dos
trabalhadores médicos durante o surto. (35)
Dado que a epidemia do vírus prejudicou gravemente a indústria interna do
turismo na China, pelo menos a curto prazo, a Academia Chinesa de Ciências
Sociais realizou uma sondagem perguntando aos cidadãos sobre as suas intenções
de viagem para o resto de 2020. De acordo com o seu relatório, Wuhan estava no
topo da lista dos viajantes chineses, todos os quais disseram querer contribuir
para a recuperação económica de Wuhan e Hubei após a epidemia. (36)
Do
final de Janeiro até Abril, as ruas de Wuhan estavam desertas e toda a
Província de Hubei não muito melhor, mas no fim de Maio a história era muito
diferente, com as pessoas de todo o país a esvaziarem as prateleiras dos
supermercados de tudo o que Hubei tinha para oferecer - iguarias locais, massa,
patos, lagostins, frutas, produtos manufacturados de todo o tipo - tudo com a
intenção de elevar a economia de Hubei ao seu nível anterior. "Comprar
Hubei" tornou-se uma campanha a nível nacional com a participação dos cidadãos
comuns, funcionários, celebridades e corporações. ((37)) Centenas de
empresas começaram a transmitir em directo online os produtos Hubei e centenas
de milhões de chineses estavam a gastar dinheiro, "não por compaixão, mas
para estender uma mão amiga aos seus compatriotas em dificuldades. O resultado
foi que: Dezenas de milhões de dólares foram adicionados à economia local e
foram poupadas dezenas de milhares de empresas e empregos".
Num
caso, uma apresentadora bem conhecida de emissão em directo vendeu 150.000
conjuntos de batons em cinco minutos. Noutro caso, duas celebridades da
televisão atraíram 122 milhões de espectadores e venderam mais de 40 milhões de
RMB de produtos Hubei num programa de duas horas. Noutra sessão, duas
celebridades atraíram 127 milhões de espectadores e venderam 61 milhões de RMB
de produtos Hubei, tendo esvaziado em segundos, todo o fornecimento de petiscos
de pato populares da província. Noutro exemplo de animação, 6.000 toneladas de
lagostins, no valor de 220 milhões de yuan, desapareceram em minutos, e um
gerente da empresa disse que a sua produção diária de 20.000 pacotes de
petiscos de lagostins desaparecia em segundos todos os dias. Disse: "As
encomendas simplesmente explodiram", acrescentando que nunca tinha visto
nada parecido.(38)
Alibaba vendeu 20 milhões de Kgs de produtos agrícolas Hubei até à data e,
supostamente, adquiriu 1 bilião de yuan de lagostins e 50 milhões de yuan de
laranjas locais para vender nas suas plataformas. (39) A JD.com vendeu
1.400 toneladas só na primeira semana de Abril e prometeu vender 6 biliões de
yuan de produtos Hubei. Aumentar o consumo tornou-se uma cura primária para
ressuscitar a economia atingida pelo vírus em Hubei.
Muitos
cidadãos chineses disseram que não tinham quaisquer competências médicas para
ajudar Wuhan durante a epidemia, mas, pelo menos, podiam mostrar o seu apoio,
ao fazer encomendas. Este sentimento ressoou de forma tão ampla em toda a China
que milhões de cidadãos prometeram "aumentar três jin (1,5 Kg.) de
peso" a fim de beneficiar Hubei. (40) Uma
apresentadora online disse: "Muitos descreveram a nossa cooperação como
uma demonstração dos nossos princípios morais e sentido do dever. Mas é um
exagero. Estou apenas a fazer aquilo que sei fazer melhor para ajudar Wuhan,
para ajudar as empresas locais a abrir o mercado com a promoção da emissão ao
vivo e para ajudá-las a retomar rapidamente o trabalho".
Um
chefe do Partido local em Hubei disse: "Fiquei completamente comovido e
enternecido com a resposta activa dos consumidores de todo o país ao fazerem
encomendas de produtos Hubei para nos apoiar, o que reflecte plenamente a nossa
valiosa tradição chinesa: Quando alguém está em dificuldade, todos os outros
apressam-se a ajudar". Infelizmente, nenhum outro país poderia replicar
este modelo económico, uma vez que não possuem as infraestruturas ou o mercado
para algo desta magnitude, e poucas nações têm o sentido de dever cívico e de
profunda coesão social e cultural que é a força impulsionadora.
Além
de que, muitas das empresas estatais da China(SOEs) mobilizaram-se para
combater a epidemia, desde a instalação de comunicações de emergência até ao
fornecimento de fundos para as zonas mais duramente atingidas. (41)
Estas enormes empresas chinesas são exemplares no seu sentido de
responsabilidade social, algumas construindo comunidades de apartamentos de
baixo custo que vendem a preço de custo ou abaixo do mesmo, muitas construindo
e apoiando escolas e universidades locais, e algumas fornecendo dinheiro para
ajudar a eliminar os últimos vestígios de pobreza no país. Em 2020, estas
empresas estão a fornecer mais de 3 biliões de RMB (cerca de 500 milhões de
dólares) às regiões mais desfavorecidas e muitas doaram enormes fornecimentos e
fundos médicos a estas mesmas áreas. (42)
Fornecimentos
médicos
Quando
a China experimenta uma emergência grave de saúde pública ou algo semelhante,
existe uma estrutura para o fornecimento imediato de todas as necessidades que
incluem pessoal, bens e materiais, veículos de transporte, para serem entregues
no local. O Ministério dos Transportes deu prioridade absoluta ao transporte de
material de emergência e de pessoal médico para Wuhan, enquanto as autoridades
médicas nacionais coordenaram os esforços de todos os fabricantes de material
médico para identificar e aumentar o fornecimento dos artigos mais urgentes e
necessários. (43)
Quando Wuhan solicitou assistência e fornecimentos ao governo central, centenas
de toneladas de material médico foram entregues todas as semanas, assim como
dezenas de milhares de pessoal médico adicional (médicos, enfermeiros e pessoal
auxiliar) durante a crise. (44)
Muito
antes do final de Janeiro, tinha sido feito um planeamento extensivo para
aumentar consideravelmente o número de camas hospitalares para pacientes com
sintomas ligeiros ou graves e para os que requerem quarentena e cuidados
intensivos. As autoridades médicas locais requisitaram e transformaram 24
hospitais locais em unidades COVID-19. Sete hospitais foram designados
exclusivamente para pacientes COVID-19 com febres superiores a 37°C. A Comissão
Nacional de Saúde afirmou: "Wuhan é na realidade uma cidade com recursos
médicos ricos, tendo muitos hospitais públicos cada um com mais de 3.000 camas.
Quando requisitámos esses hospitais, eles cumpriram incondicionalmente". (45) Além
disso, o governo chinês requisitou centros de exposições e estádios e
transformou-os rapidamente em hospitais temporários para pacientes da COVID-19
com sintomas ligeiros, colocando-os em quarentena, separados dos pacientes em
estados mais graves. Ao mesmo tempo, o grupo de planeamento e supervisão
preparou e divulgou um guia médico para ajudar os médicos a diagnosticar
rapidamente a condição dos pacientes e a conceber tratamentos, tudo isto
concebido especificamente para conter o vírus localmente e impedir a sua
propagação a outras partes da China ou ao estrangeiro. (46)
Ao
mesmo tempo, o Ministério do Comércio estava ocupado a coordenar a produção e
fornecimento de todas as outras necessidades diárias para os residentes de
Wuhan e Hubei. Muitos produtos alimentares como ovos, peixe, carne de vaca e de
porco, foram libertados das reservas nacionais e foram tomadas disposições para
o aumento da produção e distribuição de vegetais frescos especificamente para
Wuhan, juntamente com a supervisão para assegurar que os preços se mantivessem
estáveis ou descessem em vez de aumentarem. (47)
A procura do lucro estava praticamente ausente na China, com a notável excepção
de algumas empresas estrangeiras. O MOC também garantiu a prioridade máxima
para todos os veículos que transportam fornecimentos para Wuhan, e todas as
empresas de fornecimento, incluindo mesmo restaurantes, foram encorajadas a
fornecer entregas ao domicílio para ajudar a manter a quarentena com um mínimo
de contratempos.
A
parte final de Janeiro foi o momento mais difícil para os hospitais e para o
pessoal médico em Wuhan, recebendo cerca de 15.000 novos doentes com febre por
dia, com todos os recursos esticados ao limite e pessoal médico sobrecarregado
a lutar para salvar as vidas dos doentes, quando a taxa de mortalidade era
inicialmente de cerca de 10%, um verdadeiro momento negro. "Só quando todo
o país mobilizou todos os recursos médicos possíveis para ajudar Wuhan é que a
situação sombria se modificou e a taxa de mortalidade começou a baixar". (48) Mas, ao
contrário da maioria das outras nações, a China "tem vantagens
institucionais únicas quando se trata de mobilização social". Uma destas
vantagens permitiu às autoridades sanitárias nacionais organizar, recolher, e
enviar ao todo quase 50.000 médicos de todo o país para Wuhan, enquanto outros
funcionários médicos supervisionaram as tarefas de organização da conversão de
hospitais públicos em unidades designadas COVID-19 para aumentar
consideravelmente a disponibilidade das camas hospitalares necessárias. (49)
A
pressão para um tratamento urgente foi tal que só em 15 de Fevereiro foi
realizada a primeira autópsia do mundo a um doente com COVID-19, seis semanas
após a primeira identificação do agente patogénico. Foi então que os médicos
descobriram que o vírus atacava não só os pulmões, mas também outros órgãos
como o coração e os rins, bem como o sistema circulatório, alterando assim os métodos
de tratamento, mas também infligindo ainda mais pressão sobre o pessoal médico
sobrecarregado. Ainda assim, foi então que os médicos chineses começaram a
utilizar o plasma sanguíneo de pacientes recuperados, bem como a aplicação
quase universal da Medicina Tradicional Chinesa. Foram estas descobertas e
estes tratamentos que reduziram quase instantaneamente para metade a taxa de
mortalidade, especialmente das infecções mais graves, e aceleraram o tempo de
recuperação. Os meios de comunicação ocidentais ignoraram completamente este
aspecto, mas ficou amplamente provado que a MTC foi, talvez, o principal
factor na redução da taxa de mortalidade, ao estimular os sistemas imunitários
dos pacientes.
No
final de Março, a crise em Wuhan estava a abrandar enquanto a procura de
fornecimentos médicos aumentava exponencialmente em todo o mundo, com a maioria
das fábricas relevantes da China a funcionar 24 horas por dia, enquanto
simultaneamente tentavam manter a qualidade e abastecer-se de matérias-primas a
nível internacional. Havia muita organização nos bastidores para coordenar o
fabrico, bem como para expandir os canais de transporte interno e internacional
que estavam a sofrer muito devido ao colapso da indústria do transporte aéreo e
à consequente falta de espaço de carga. Os obstáculos logísticos eram enormes
em todas as categorias, e uma grande parte da sociedade comercial chinesa
saltou para a luta num esforço sincero em ajudar o que era agora uma pandemia
mundial. Os fabricantes chineses de automóveis, ociosos devido à pandemia,
restruturram-se no espaço de uma semana e começaram a fabricar máscaras, fatos
hazmat e outros equipamentos aos biliões. A procura internacional foi tal que
mais de 12.000 empresas na China começaram a produzir máscaras e ventiladores,
elevando o total para mais de 50.000 empresas deste tipo, sendo cerca de um
terço delas exportadoras certificadas. (50)
Graças
aos seus meios de comunicação que estavam demasiado ocupados a esmagar a China
para compreender o desenrolar dos acontecimentos, os ocidentais não faziam
ideia nem da esmagadora procura de fornecimentos médicos nem da urgência dessas
exigências. Só uma empresa, a Beijing Aeonmed, que fabrica ventiladores,
continuou a funcionar 24 horas por dia, 7 dias por semana, mas foi esmagada por
dezenas de milhares de encomendas simultâneas do estrangeiro, de quase 50
países. (51) E
não estavam sozinhos, o que explica o grande número de outros fabricantes que
se reequiparam numa tentativa de ajudar outras nações que então viviam a
experiência de Wuhan, em muitos casos, como os EUA, com pouco ou nenhum apoio
do governo central.
A
situação era tão terrível que muitos países, nomeadamentea Itália, e muitas
cidades, nomeadamente Nova Iorque, estavam tão carentes de material médico que
declaravam abertamente que o seu pessoal médico estava todos os dias a ser
forçado a decidir quem iria viver e quem iria morrer. Foi neste contexto que as
empresas chinesas, inteiramente por sua própria iniciativa, absorveram as
despesas de reequipamento, de arranjar aviões e comboios especialmente fretados
para trazer de volta o seu pessoal, de adquirir matérias-primas, mergulhando
depois de cabeça numa nova indústria para ajudar a combater uma pandemia
mundial cuja extensão e mortalidade eram ainda largamente desconhecidas. E
foi neste contexto que os meios de comunicação social norte-americanos passaram
todo o tempo a denegrir a "China" pelo esforço "lento e
insuficiente", pela habitual "falta de transparência" e a
exagerar as poucas queixas de qualidade insatisfatória. Neste contexto em
que fabricantes de automóveis e embaladores de salmão enlatado fabricam,
subitamente, máscaras cirúrgicas e fatos hazmat, podemos ficar genuinamente
surpreendidos pela qualidade ter sido tão boa tal como aconteceu.
Enquanto
a China ainda não estava fora de perigo, o governo chinês estava a fazer o seu
melhor para doar fornecimentos a países necessitados em todo o mundo, mas a
procura local ainda era elevada e a procura de exportação comercial estava a
aumentar exponencialmente, muito mais do que a oferta potencial combinada da
China. Como exemplo, só num fim-de-semana, a França encomendou um bilião
de máscaras que exigiram 56 voos de carga para as transportar, para não
falar na logística de fabrico. Parte do problema era que a maioria da carga
aérea é transportada em voos regulares em aviões de passageiros mas, com o
colapso da indústria aérea, não havia aviões de passageiros. A fim de acomodar
a necessidade internacional extrema, a China Eastern Airlines retirou durante a
noite todos os lugares dos seus aviões de passageiros e carregou-os com
máscaras N95 para França - tal como o fez para outras nações.
Este
tipo de adaptação às circunstâncias, tanto quanto sei, não ocorre em nenhum
outro país do mundo. Os chineses, confrontados com exigências aparentemente
impossíveis, estão simplesmente à altura do desafio, encontram uma solução e
executam-na imediatamente. "Tal como a resposta à própria epidemia, a
China está realmente a fazer um esforço a nível nacional para assegurar o
fornecimento de medicamentos para apoiar na batalha global contra a pandemia do
coronavírus". SF Express, uma das proeminentes empresas de correio
expresso da China, abriu novas rotas, inclusive para Nova Iorque, e entregou
quase 1.000 toneladas de material médico a mais de 50 países, como também
muitas outras companhias aéreas e empresas de correio expresso chinesas a
fazerem o mesmo.(52)
Havia
ainda mais na liderança, no planeamento e na organização que não eram visíveis
a ninguém no Ocidente. O governo chinês, embora lidando com todas as outras
pressões nacionais e internacionais da pandemia, lembrou-se também dos seus
estudantes que estavam a estudar no estrangeiro e distribuiu mais de 11 milhões
de máscaras faciais e 500.000 kits de saúde com material de desinfecção e
manuais de protecção sanitária, a estudantes chineses que estudavam no
estrangeiro. (53)
Estas remessas evitaram os governos locais, sendo entregues nas embaixadas e
nos consulados chineses para distribuição directa aos estudantes.
Não
foram apenas os fornecimentos de material médico, mas também as transferências
de pessoal médico que foram organizadas pelo governo central da China, para
ajudar o país a lidar com a epidemia. Um dos primeiros actos do governo foi
seleccionar cerca de 500 dos melhores especialistas das universidades médicas
militares, aqueles com experiência anterior das epidemias de SARS e MERS, e do
Ebola, e enviá-los para Wuhan a fim de ajudar a liderar a batalha. Havia muitas
outras equipas deste tipo, compostas por peritos em saúde respiratória, doenças
infecciosas, controlo de infecções hospitalares, criação e gestão de unidades
de cuidados intensivos, que foram enviadas para os hospitais de Wuhan com
grande número de doentes com pneumonia relacionada com o vírus. Zhou Xianzhi,
Presidente da Universidade Médica da Força Aérea, disse: "Enviámos o nosso
melhor pessoal de vários departamentos clínicos. Eles têm uma vasta experiência
no combate a doenças contagiosas. Alguns deles participaram em grandes missões,
como a batalha contra o SARS e a luta contra o Ébola em África, bem como em
salvamentos de terramotos". Foram estes voluntários que cancelaram o seu
plano de passar o Ano Novo Lunar Chinês com as suas famílias, a maioria dizendo
que se sentiram "extremamente honrados" por se juntarem a esta missão
nacional. (54) Além
de que, imediatamente após a descoberta da eficácia da capacidade da Medicina
Tradicional Chinesa(MTC) em moderar infecções graves, uma equipa de 122
especialistas de MTC foi enviada de Shanghai para Wuhan com planos de
tratamento já preparados para a aplicação combinada de medicamentos ocidentais
e chineses. (55)
Preocupações
de qualidade
"À
medida que a China se esforçava, a nível nacional, por produzir o material
médico desesperadamente necessário, surgiram insinuações sobre a qualidade de
alguns equipamentos chineses, e alguns meios de comunicação social e políticos
estrangeiros tentaram mesmo fazer propaganda de incidentes recentes para
difamar o sector industrial chinês e a sua intenção de ajudar outros
países". (56) O Financial Times citou exemplos dos Países Baixos,
Espanha e Turquia a "rejeitar" máscaras faciais e kits de teste de
fabrico chinês, outros chegando ao ponto de afirmar que as máscaras chinesas
poderiam fazer adoecer as pessoas e até mesmo matá-las.
Foram
vendidos alguns casos de produtos inadequados mas, ao examinar os detalhes
eventuais, parece que as reportagens dos meios de comunicação foram
conscientemente hipnotizadas e muito exageradas, em todos os casos a culpar a
"China" pelos produtos de um fabricante e pelas acções de alguns
agentes incompetentes ou sem escrúpulos, a maioria dos quais não eram chineses.
O ambiente de qualidade global era na realidade demasiado complicado para
permitir a compreensão no âmbito de breves bytes sonoros dos meios de
comunicação social. Embora houvesse riscos de problemas de qualidade no
fabrico, a utilização de canais de aquisição impróprios e a flutuação de normas
e regulamentos estrangeiros foram responsáveis por muitos dos problemas. Uma
outra questão era que em dois ou três casos proeminentes, os compradores não
tinham qualquer experiência na aplicação de testes médicos delicados ou mesmo
no armazenamento e manuseamento dos mesmos. Para agravar ainda mais o problema,
o vírus demonstrou prestar-se mais prontamente a testes em fases posteriores de
progressão.
O
Global Times da China fez um trabalho meritório de investigação de todo o
processo de fornecimento de equipamento médico, entrevistando fabricantes e
distribuidores, membros da indústria e utilizadores finais, e concluiu que a
grande maioria do equipamento médico de fabrico chinês estava bem à altura dos
padrões, com a maior parte do barulho a resultar principalmente da politização
pesada do papel da China no processo de fornecimento por parte dos EUA e, em segundo
lugar, de muita desinformação deliberada por parte dos meios de comunicação
social americanos.
Num
caso publicitado, as autoridades holandesas ordenaram a retirada de 600.000
máscaras faciais (57)
por falta de capacidade de filtragem de 95% das partículas transportadas pelo
ar. Um executivo do fabricante chinês declarou que o mundo sofreu uma tal
escassez de tecido fundido adequado que se tornou cada vez mais difícil
ultrapassar 70% (em vez de 95%), sendo quase todo este tecido importado da
Suíça e da Turquia. A culpa, tal como foi, não se devia ao fabrico de baixa
qualidade na China, mas à capacidade de produção degradada das empresas na
Suíça e na Turquia que forneciam as matérias-primas. No entanto, a
"China" recebeu a totalidade da culpa como um murro no queixo. A
questão da qualidade da máscara tornou-se ainda mais absurda visto que os
Países Baixos e a Bélgica já tinham deixado claro que as máscaras fabricadas na
China obtidas por agentes locais eram "produtos comerciais feitos para uso
não médico", por outras palavras, máscaras para serem usadas ao lixar ou
pintar. (58)
Dito
isto, é verdade que as autoridades chinesas descobriram algumas empresas
envolvidas na produção e venda ilegal de máscaras e outros produtos de material
médico e, embora tenham respondido com uma repressão imediata e agressiva,
alguns desses produtos chegaram de facto aos mercados estrangeiros. O governo
efectuou mais de uma dúzia de varreduras por todo o país e divulgou fortemente
os confiscos de produtos e as multas emitidas para dissuadir tais práticas.
Mas
os problemas eram muito mais abrangentes do que isto. O governo nacional da
China estabeleceu listas de empresas qualificadas para fabricar vários produtos
médicos para utilização contra o coronavírus, e recomendou fortemente que as
compras fossem feitas apenas a essas empresas e apenas através de canais
oficialmente recomendados. No entanto, devido à urgência da necessidade e ao
pânico ocasional, muitos agentes, compradores e utilizadores finais
estrangeiros ignoraram o governo chinês com resultados previsíveis nos padrões
de qualidade. Além de que, os países da UE estavam, de um modo geral, tão
ansiosos por fornecimentos que renunciaram aos requisitos formais e permitiram
a importação de produtos antes dos mesmos obterem aprovação regulamentar. Como
o Global Times observou no seu relatório, os funcionários holandeses no
exemplo acima "recusaram-se a revelar a fonte ou o canal" das
máscaras que mais tarde consideraram inadequadas, tendo muitas dessas compras
sido feitas através de canais não autorizados e não verificados pelo governo
chinês. Mas a culpa continuava a ser atribuída à “China”.
O
Global Times relatou, "Embora as autoridades médicas locais e as
embaixadas chinesas tenham explicado o mal-entendido e o uso indevido dos kits
de teste, a cobertura mediática dos produtos chineses que salvam vidas fechou
os olhos a estes esclarecimentos, revelando os motivos pouco amigáveis de
alguns países. Penso que a questão da qualidade relatada por alguns meios de
comunicação social tem sido utilizada para fins políticos. “Eles não podem provar
que os kits de teste relatados têm problemas de qualidade, porque o uso e
transporte [dos kits] pode influenciar a sua estabilidade e
sensibilidade", disse um funcionário do fornecedor de kits de teste
Beijing Beier Bioengineering ao Global Times. Os trabalhadores médicos
não familiarizados com os produtos podem ter algumas dificuldades, o que pode
afectar a exactidão dos seus resultados. O funcionário da Beier acrescentou que
o pessoal médico chinês também tinha problemas ao utilizar os kits de teste nas
fases iniciais do surto e qualquer confusão foi resolvida após formação técnica
específica". (59)
Também
houve casos de kits de testes confrontados com alegações de insensibilidade ou
inexactidão. A Espanha retirou cerca de 8.000 testes deste tipo, e os meios de
comunicação ocidentais fizeram muito barulho sobre as alegações da República
Checa de testes imprecisos ou insensíveis. No entanto, no caso checo, os seus
funcionários simplesmente não tinham qualquer compreensão dos métodos adequados
de aplicação. O fabricante preparou finalmente vídeos de instruções ilustrando
e explicando os métodos precisos de administração dos testes, após os quais os
resultados foram perfeitamente aceitáveis. Isto ocorreu mais de uma vez, e
mesmo os kits de teste fabricados por empresas ainda não incluídas na lista
aprovada tiveram o mesmo resultado bem sucedido quando foram empregues métodos
adequados. Surpreendentemente aconteceu com frequência nos países ocidentais,
quando o pessoal médico acabou por admitir que nunca tinha administrado tais
testes e que não tinha uma ideia clara do procedimento adequado, e em muitos casos
simplesmente não seguiu as instruções.
Uma
parte importante do problema global da qualidade foi devido às empresas e
governos estrangeiros estarem demasiado ansiosos por satisfazer a procura
enorme e crescente de fornecimentos e, em vez de esperarem numa fila numa
fábrica reconhecida, contratariam os seus próprios agentes privados para
tentarem abreviar o processo, agentes que, para satisfazer os seus clientes
ansiosos, recorreriam frequentemente a fabricantes não aprovados, na esperança
de que as suas acções não fossem mais tarde descobertas. O resultado foi que a
"China" assumiu também esta culpa no queixo, com grande ajuda dos
meios de comunicação ocidentais politizados.
Como
exemplo ilustrativo da apresentação mediática de questões com material médico,
um artigo do UK Telegraph dizia: "O Governo procura o reembolso de
milhões de testes de anticorpos de coronavírus”, (60)
declarando que eram "demasiado pouco fiáveis para serem utilizados pelo
público". De acordo com o Telegraph, o governo britânico encomendou
3,5 milhões desses testes "principalmente a fabricantes chineses",
observando depois que 17,5 milhões adicionais tinham sido adquiridos a empresas
nos EUA e no Reino Unido, não tendo nenhum sido considerado suficientemente
fiável. Mas, nessa altura, os 10% das compras da China já tinham sido
adjudicados aos meios de comunicação por todo o lote. Mas assim que o fumo dos
meios de comunicação social foi eliminado e a "China" tinha sido
suficientemente alcatroada e denegrida mais uma vez, os funcionários de saúde
do governo britânico admitiram que os testes desenvolvidos na China foram
criados e concebidos principalmente para utilização com pacientes "com uma
carga viral muito grande", por outras palavras, aqueles mais severamente
infectados, e não se destinavam a pacientes que sofriam apenas de sintomas
ligeiros de infecções menores. A dificuldade com os testes do Reino Unido não
foi um problema de qualidade da "China" mas sim dos médicos
britânicos que esperavam testes com um maior alcance de detecção. Isto foi um
pouco como comprar um "veículo" e depois ficar desapontado por não
poder funcionar como carro desportivo e camião basculante, dificilmente a culpa
seria do fabricante. E finalmente, no penúltimo parágrafo do artigo, o
Telegraph lembrou-se de informar que o governo britânico não estava de facto a
exigir reembolsos, mas estava a negociar com os fabricantes para aumentar a sensibilidade
dos testes. No final, muito barulho sobre nada.
A
Fox News juntou-se ao desfile a gritar "A CHINA CASHES LUCRA COM O
CORONAVÍRUS, AO VENDER A ESPANHA $467 MILHÕES DE FORNECIMENTOS DE
MATERIAL MÉDICO, ALGUNS DELES DE BAIXA QUALIDADE” . A Espanha comprou 950
ventiladores, 5,5 milhões de kits de teste, 11 milhões de luvas e 500 milhões
de máscaras. A parte "substandard" foi de 9.000 kits de teste rápido
(em 5,5 milhões) que não tinham a sensibilidade que a Espanha queria. (61)
O
Conselheiro Comercial da Casa Branca, Peter Navarro, acusou a China de enviar
para os EUA kits de teste de anticorpos "de baixa qualidade e mesmo
falsificados" e de "tirar proveito" do surto. (62)
O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês respondeu que as observações de
Navarro eram "infundadas e extremamente irresponsáveis", declarando
que a China tinha exportado dezenas de milhões de testes COVID-19, que tinham
sido amplamente aclamados pela comunidade internacional, e que o país não tinha
recebido qualquer reacção dos compradores e utilizadores dos EUA sobre
problemas de qualidade. (63)
(64)
No
final de Abril de 2020, as empresas chinesas tinham exportado dezenas de
milhões de kits de teste para além de biliões de máscaras e milhares de
toneladas de outros fornecimentos para cerca de 200 países, todos eles
amplamente elogiados pela comunidade internacional. Barbara Woodward,
Embaixatriz britânica na China, exprimiu o seu profundo apreço e satisfação com
os produtos e a rapidez da resposta, e muitas outras nações mostraram-se
efusivas na sua gratidão tanto pelas remessas comerciais como pelas doações da
China. (65)
As empresas chinesas enviaram enormes volumes de toda a natureza de
fornecimentos médicos para os EUA, sem uma palavra de reclamação por parte dos
compradores ou dos utilizadores americanos relativamente à qualidade dos kits
de teste e outros produtos. Mas também nem uma única palavra de louvor ou
apreciação por parte dos americanos. Em vez disso, os hospitais dos EUA
permaneceram em silêncio enquanto o governo dos EUA e os meios de comunicação
social estiveram repletos de manchas sem parar durante meses.
Em
toda a confusão, os meios de comunicação social dos EUA não se aperceberam de
que os próprios EUA lideravam a competição mundial de produtos médicos
defeituosos. A partir de meados de Fevereiro de 2020, a AFP relatou que mesmo
pequenos países como a Coreia do Sul tinham realizado centenas de milhares de
testes enquanto os EUA estavam abaixo de cerca de 8.000, sendo a razão disso, o
facto de todos os testes produzidos pelo CDC e pelas empresas americanas serem
defeituosos e inúteis. (66)
(67)
(68)
Os kits produziriam resultados opostos sobre o mesmo paciente ao mesmo tempo,
ou claramente não detectavam infecções graves, enquanto acusava infecções em
pacientes limpos. O CDC acabou por ter de instruir todos os hospitais e
clínicas para descartarem os testes como inutilizáveis. (69)
Mais uma vez, no início até meados de Abril, os meios de comunicação social dos
EUA relatavam que o CDC ainda não conseguia produzir testes utilizáveis, desta
vez porque os próprios kits de teste estavam contaminados com o coronavírus
para o qual iriam ser testados. Isto foi atribuído a "uma avaria/ruptura
científica gritante" no laboratório central do CDC. (70)
(71)
Para
piorar a situação, o CDC enviou esses testes defeituosos não só para todo o
país, mas também os vendeu a 34 países em todo o mundo, e não surgiram provas
que sugerissem que o CDC informasse as outras nações da inutilidade dos seus
testes. Que eu saiba, o Reino Unido foi a única nação a descobrir isto - à sua
custa.(72)
Dizer que os testes do CDC exportados eram inúteis seria um eufemismo e tanto.
O Presidente John Magufuli da Tanzânia queixou-se que vários frutos, uma cabra
e uma codorniz testaram positivo para o coronavírus, utilizando os testes
americanos. (73)
Parece
que o "stock nacional" dos EUA não foi uma melhoria no que diz
respeito ao CDC.(74)
No início de Abril, os meios de comunicação social relatavam que muitos estados
receberam máscaras médicas que estavam podres, com uma data de validade de
2010, e que 150 ventiladores (a 30.000 dólares cada) enviados para Los Angeles
estavam avariados, defeituosos, e com peças em falta. (75)
(76) (77)
Mas, sem problemas. ABC News e outros meios de comunicação social
norte-americanos, incluindo canais militares norte-americanos, publicaram
dezenas de artigos intitulados, "Tem uma T-shirt limpa? É tudo o que
precisa para fazer esta máscara". (78)
E
no final de Abril, o UK Telegraph noticiou que o pessoal do SNS
britânico "tinha recebido testes de coronavírus defeituosos" mas, por
gentileza, não foi feita qualquer menção de que o CDC americano os tinha
fornecido. (79)
E mesmo as críticas foram silenciadas: os testes foram descritos como
"menos fiáveis do que o primeiro pensamento devido ao desempenho
'degradado'", e que produziram "resultados discordantes", e que
"foram considerados defeituosos e não devem continuar a ser
utilizados". (80)
A Ministra da Saúde, Helen Whatly admitiu que "alguns dos primeiros testes
foram avaliados e a avaliação foi de que não eram suficientemente
eficazes", dizendo que todos os pacientes seriam chamados para um segundo
teste, e que este era um "processo normal" quando se tratava de
testar uma nova doença. (81)
Sem calúnia, sem vitríolo, sem condenação. Em vez disso, os britânicos e os
seus meios de comunicação social foram rápidos a notar que todos os testes têm
uma margem de exactidão de erro que depende da habilidade de como são
administrados - entre outros factores. Se ao menos tivessem sido igualmente
amáveis e compreensivos para com a China.
Shanghai
Dasheng é um dos maiores fabricantes mundiais (e o padrão de ouro mundial) de
máscaras de rosto N95 e um dos poucos certificados para fazer N95 aprovadas
pela NIOSH dos EUA. A empresa lida directamente apenas com compradores médicos,
e afirma no seu website: "Não temos quaisquer distribuidores, revendedores
ou filiais de fábricas. Cuidado com as contrafacções". Mas algumas
máscaras (que eram claramente falsas, uma vez que eram modelos que a empresa
não exportava) com o nome desta empresa apareceram nos EUA, aparentemente
adquiridas através de terceiros desconhecidos. (82) Foi um caso
interessante. Quando alguém copia ilegalmente um produto americano, os culpados
(geralmente alegadamente chineses) são condenados redondamente por violarem uma
empresa americana castamente inocente e, pelo menos, seis dos Dez Mandamentos.
Mas então esta é a China e as coisas aqui são vizivelmente diferentes. Na
notícia acima referida, a imprensa americana escreveu: "A AP não pôde
verificar independentemente se [Dasheng] está a fazer as suas próprias
contrafacções". Encantador.
Examinemos
as Taxas de Mortalidade
No
final da epidemia, a China comunicou 4.645 mortes por coronavírus, enquanto
o total de 90.000 mortes nos EUA ainda estava a subir rapidamente. As taxas de
mortalidade por 100.000 habitantes eram de 26,0 para os EUA e 0,33 para a
China. Podemos legitimamente perguntar porque é que os números da China parecem
tão baixos em relação aos dos EUA e de grande parte da Europa, mas não
precisamos de seguir a abordagem do Presidente Trump para perguntar
repetidamente na televisão nacional: "Alguém acredita realmente nestes
números?", (83)
insinuando que a China subdeclarou, deliberadamente, a sua taxa de mortalidade.
Há
muitas razões para as taxas de infecção e morte, relativamente baixas, na
China. Primeiro, se dois países tiverem o mesmo número de mortes, a mortalidade
por 100.000 pessoas para o país com uma população maior será menor; a população
da China é quase quatro vezes maior do que a dos EUA. Em segundo lugar, devido
ao encerramento imediato de Wuhan e Hubei, quase todas as mortes na China se
limitaram a essa área: das 4.645 mortes da China, 4512 (97%) ocorreram em
Hubei, tendo todo o resto do país pouco mais de 100 mortes. O resultado
estatístico foi que a taxa de Wuhan foi de 35,2, a de Hubei de 7,6, e a da
China de 0,33, comparável a 26 para os EUA. Além disso, todas as províncias e
grandes cidades executaram a sua própria versão de bloqueio e quarentena,
impedindo literalmente a entrada do vírus, mesmo que este devesse escapar de
Hubei. As medidas da China quebraram a cadeia de transmissão e contiveram o
contágio dentro da província de Hubei. As medidas duras em Wuhan deram ao resto
da China tempo para preparar e executar as suas próprias restrições, e a China
concedeu ao resto do mundo, pelo menos dois e provavelmente três meses, para se
preparar para a epidemia. Olhando para as estatísticas abaixo, pode ver quais
os países que seguiram o exemplo da China e os que não o fizeram.
Ainda
na escala acima para os EUA, Nova Iorque estava em 140,0, Nova Jersey em 107,0,
Connecticut em 85 e Massachusetts em 75, enquanto alguns estados estavam perto
de zero. (84)
Comparativamente dentro da China, e devido às quarentenas agressivas, Shanghai
estava a 0,02 e Pequim a 0,02. Voltando à Europa (na mesma escala de taxa de
mortalidade por 100.000), a Bélgica foi duramente atingida com 76, com Espanha,
Itália, Reino Unido, França, Suécia e Países Baixos a descer de cerca de 60,0
para cerca de 35,0. (85)
A
apresentação televisiva feita pelo Sr. Trump e pelo Dr. Brix seleccionou uma
métrica que colocou os EUA bem abaixo na lista de mortalidade e mostrou uma
lista cuidadosamente seleccionada de países que pareciam colocar a China em
Marte. Uma mentira por omissão, continua a ser uma mentira, mas esta
disparidade requer contexto para ser compreendida, por isso, vamos olhar para a
Ásia.
Primeiramente,
aqui está a lista original apresentada por Trump e Brix, actualizada até à data
da redacção:
COVID-USA:
Mortalidade por 100.000 habitantes
Bélgica
- 76,2
Espanha
- 59.7
REINO
UNIDO - 51.2
Itália
- 49.9
França
- 42.3
Suécia
- 37.7
Países
Baixos - 32.7
EUA
- 27.8
Suíça
- 21.9
Canadá
- 16.1
China
- 0.33
Agora,
vejamos a Ásia:
Filipinas
- 0.83
Japão
- 0,61
Coreia
do Sul - 0,52
Indonésia
- 0,44
Austrália
- 0,40
Malásia
- 0,40
Singapura
- 0,38
China
- 0,33
Hong Kong - 0,06
Taiwan - 0,03
Macau - 0,00
Índia - 0,23
Bangladesh
- 0,21
Tailândia
- 0,08
Mianmar
- 0,01
Vietname
- 0,00
Deve
ficar claro que não há nada de anormal nos números da China, e assim parece que
se a China estivesse a mentir como o Sr. Trump sugeriu, isso significaria que
toda a Ásia estava a mentir. De facto, não havia provas de qualquer tipo que
sugerissem que os países estavam deliberadamente a subestimar infecções ou
mortes - excepto no caso dos próprios EUA.
Ajuda
Estrangeira
Quando
a COVID-19 eclodiu pela primeira vez na China, vários países vieram
imediatamente em socorro da China com suprimentos médicos escassos e muito
necessários. A Coreia do Sul foi um exemplo, e em troca, como a situação piorou
na Coreia do Sul, o governo chinês enviou grandes quantidades de suprimentos
médicos e mais de 20 governos locais na China doaram máscaras, vestuário de
protecção, óculos de protecção, kits de teste, termómetros e outros materiais.
A situação foi semelhante com o Paquistão, que enviou aviões carregados de
material médico, tendo o governo chinês devolvido posteriormente o favor com
grandes volumes de material e assistência na construção de um hospital de
quarentena.(86)
Muitas províncias e cidades na China doaram independentemente máscaras a
Islamabad e Karachi.
A
China estava a enviar fornecimentos e assistência para outros países muito
antes de recuperar totalmente das suas próprias dificuldades. O Presidente Xi
Jinping salientou em várias ocasiões que a segurança da saúde pública era um
desafio comum enfrentado pela Humanidade, e todos os países deveriam dar as
mãos para o enfrentar. A China via-se como talvez o único país do mundo capaz
de ajudar nações mais pequenas em vários estados de emergência médica. A
Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, exprimiu a sua gratidão
num discurso gravado em vídeo transmitido por toda a Europa, e os cidadãos
chineses no estrangeiro tinham bons motivos para se sentirem orgulhosos da sua
nação. Zhang Yujie, um estudante chinês em França, disse: "Os esforços de
salvamento da nossa pátria dão-me vontade de chorar". (87)
Assim
que as circunstâncias o permitiram, dentro do país, a China começou a enviar as
suas provisões médicas para todo o mundo. Isto não foi tão fácil como poderia
parecer, uma vez que muita carga aérea global é transportada em voos regulares
de passageiros mas, uma vez que a indústria aérea entrou em colapso devido ao
vírus, estes voos desapareceram praticamente todos. (88)
A China Southern Airlines, a maior transportadora aérea do país, converteu
rapidamente centenas de aviões de passageiros, em aviões de carga e, no fim de
Abril, estava a enviar semanalmente cerca de 200 voos internacionais de carga
para apoiar a luta global contra a pandemia do coronavírus. (89)
A
China também partilhou centenas de documentos sobre a prevenção e controlo da
COVID-19 e o seu diagnóstico e tratamento, com grupos em mais de 100 países,
seguidos de múltiplos intercâmbios técnicos que incluíram discussões pessoais e
teleconferências. (90) Num curto
espaço de tempo, a China lançou sete edições diferentes de uma directriz sobre
diagnóstico e tratamento da doença e seis edições de um plano de prevenção e
controlo da doença, ambas traduzidas em dezenas de línguas.
O
gigante das telecomunicações chinês Huawei doou inúmeros milhões de máscaras e
outros artigos à maioria dos países onde tem pessoal e faz negócios. Quando os
EUA cancelaram todas as exportações de fornecimentos médicos para o Canadá em
Abril, a escassez de fornecimentos do país tornou-se desesperada, pelo que a
Huawei enviou silenciosamente milhões de máscaras, mais óculos, luvas, e outro
equipamento de protecção para o Canadá para ajudar os trabalhadores da linha da
frente da medicina a lidar com a situação.(91)
Mas o Canadá recusou-se a reconhecer publicamente os presentes. O
Primeiro Ministro canadiano, Justin Trudeau, limitou-se a dizer aos meios de
comunicação social que o Canadá iria receber um carregamento de milhões de
máscaras de "países e empresas sem nome", e o governo da Colômbia
Britânica, que era o principal beneficiário dos fornecimentos, foi tão mau a
ponto de dizer aos meios de comunicação social canadianos: "A província
tem muitas fontes de fornecimento . . . Não partilhamos pormenores sobre os
nossos fornecedores". Outros no Canadá chegaram ao ponto de acusar Huawei
de "generosidade política", e Trudeau fez mesmo questão de dizer
que as doações de fornecimentos médicos de empresas estrangeiras "não irão
mudar a forma como o governo encara essas empresas no futuro".
Comovente.
O
Grupo Fosun da China doou um grande lote de material médico a Portugal,
incluindo 1 milhão de máscaras faciais e 200.000 kits de teste, tal como o
fizeram muitas outras empresas chinesas. A Fundação Fosun em Shanghai doou
grandes lotes de máscaras faciais a hospitais, em Itália, e coordenou com
outras empresas e fundações, mais de 10 carregamentos de material médico para
países que incluíam Itália, Japão, Grã-Bretanha e França. (92)
A empresa chinesa construtora de automóveis Geely, doou grandes quantidades de
material médico a 14 países, incluindo a Suécia, Alemanha, Itália, Espanha,
Bielorrússia e Grã-Bretanha. Empresas privadas chinesas e empresas estatais
construíram e forneceram laboratórios de testes COVID-19 completos, construíram
ou renovaram hospitais em muitos países. O Grupo BGI da China construiu dois
laboratórios de testes na Sérvia - em 12 dias, e doou todo o equipamento e
instrumentos essenciais. (93)
A China State Construction Engineering ofereceu o serviço de renovação gratuito
a um hospital na Etiópia, transformando as enfermarias regulares em instalações
para vírus. (94)
(95)
Muitas
fundações chinesas doaram suprimentos médicos para apoiar os países mais
pequenos. A Fundação Jack Ma e a Fundação Alibaba doaram 7,5 milhões de
máscaras faciais, 485.000 kits de teste e 100.000 conjuntos de vestuário de
protecção, bem como ventiladores e termómetros a 23 países que incluíam o
Azerbaijão, Butão, Índia, Cazaquistão, Quirguizistão, Uzbequistão e Vietname. (96) A Fundação Jack Ma
doou também uma grande quantidade de material médico a 54 países africanos. (97) A província
chinesa de Gansu, provavelmente a província mais pobre da China, doou duas
remessas incluindo dezenas de milhares de máscaras faciais e fatos protectores
ao Zimbabué, acrescidas de grandes doações de material médico de outras
fundações chinesas. (98) Várias
entidades na China, incluindo corporações, agências sociais e o governo chinês,
doaram muitos carregamentos aéreos de fornecimentos ao Irão, incluindo kits de
teste e respiradores, sendo estes especialmente importantes uma vez que as
sanções económicas dos EUA impediram o Irão de possuir a moeda estrangeira para
comprar fornecimentos médicos no estrangeiro. (99) A China
também enviou várias equipas de peritos médicos ao Irão, para ajudar a avaliar
a situação e fornecer orientação e assistência.
Mesmo
as pequenas associações chinesas estavam a prestar assistência. Grupos
comunitários chineses no Reino Unido angariaram dinheiro e recolheram material
médico de mais de 100 comunidades chinesas locais e chineses no Reino Unido,
doando dezenas de milhares de peças de vestuário médico, máscaras cirúrgicas, e
outros artigos. A Câmara de Comércio da China no Reino Unido e o Banco da China
doaram 20 ventiladores e quase 2 milhões de peças de EPI aos hospitais ingleses
locais. (100) (101)
Em
Março, quando o vírus estava a diminuir na China, mas a aumentar em Itália, a
China enviou grandes equipas de peritos médicos de muitas províncias e hospitais,
bem como o CDC da China, em voos especialmente fretados, com especialistas em
respiração, cuidados intensivos, doenças infecciosas, controlo de infecções
hospitalares, medicina tradicional chinesa e enfermagem. (102) O material médico
doado incluía kits de teste, máscaras, vestuário de protecção e ventiladores.
Os especialistas médicos chineses partilharam o diagnóstico e os planos de
tratamento da China com países de todo o mundo, realizaram videoconferências
com peritos de saúde de muitos países e organizações internacionais, e enviaram
grupos de peritos médicos para o Irão, Iraque e Itália. (103)
No início de Abril, a China já tinha enviado mais de 300 voos charter
transportando profissionais médicos e material de emergência para apoiar os
esforços anti-epidémicos globais, os voos transportando mais de 110
especialistas médicos, e quase 5.000 toneladas de material médico para cerca de
50 países, bem como um voo especial para o Gana transportando quase 40
toneladas de material médico para África. (104)
Estes fornecimentos incluem ventiladores, máscaras faciais N95, vestuário de
protecção, luvas e outros dispositivos médicos e equipamento de protecção.
No
total, o governo chinês e vários estados, governos locais, corporações e
fundações fizeram muitas centenas de voos de misericórdia fretados. Várias
dezenas de países, após terem declarado o estado de emergência, contactaram a
China com pedidos urgentes de material médico, equipamento de teste e
equipamento de protecção, respondendo a China em cada caso mesmo quando ainda
estava sob enorme pressão para conter a epidemia no seu país e o material
médico ainda estava em falta. Estas nações incluíam as Filipinas, (105)
Grécia, (106)
(107)
(108) Sérvia,
Irão, Kuwait e Camboja, Japão, Coreia do Sul, Itália, (109)
Filipinas, Sérvia, França, Espanha (110), Grécia,
Peru, Etiópia, Camboja, República Sérvia da Bósnia, Irão, Espanha,
Grã-Bretanha, Hungria, Zimbabué, República Checa.(111) O
Presidente da UE e o seu Comissário Europeu para a Gestão de Crises afirmou:
"A União Europeia e a China têm vindo a trabalhar em conjunto desde o
início do surto do coronavírus. Estamos gratos pelo apoio da China e precisamos
do apoio um do outro em tempos de necessidade". Em muitos casos, as nações
mais pequenas não tinham ideia do processo de aquisição de material médico, e o
governo nacional chinês emprestou assistência para assegurar a compra adequada
e a entrega atempada.
A
China também prestou uma enorme assistência aos Estados Unidos, que também
passou despercebida pela imprensa americana. Zhong Nanshan, o
principal cientista respiratório da China, realizou várias sessões de ensino em
vídeo-link com especialistas em cuidados intensivos da Faculdade de Medicina de
Harvard, explicando as manifestações clínicas e as dificuldades envolvidas no
tratamento de doentes graves e críticos do novo vírus corona. (112) Além
disso, os principais especialistas da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) do
país partilharam com os seus homólogos americanos a sua experiência de
diagnóstico e tratamento que se revelou eficaz em Wuhan. (113)
A Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins disse que os peritos
chineses "não pouparam esforços para partilhar a sua experiência".
Em
resposta a um pedido de assistência do governo dos EUA em Março, a China
transportou por via aérea uma enorme quantidade de suprimentos médicos vitais
de Shanghai para os EUA, incluindo 12 milhões de luvas, 130.000 máscaras N-95,
1,7 milhões de máscaras cirúrgicas, 50.000 batas, 130.000 unidades de
higienizador de mãos e 36.000 termómetros. (114)
A assistência aumentou rapidamente. Só numa semana de Abril, houve 75 voos de
carga de Shanghai, Pequim e Shenzhen para Nova Iorque e Los Angeles,
transportando cada um cerca de 80 toneladas de fornecimentos. Em meados de
Abril, a China tinha fornecido aos EUA mais de 2,5 biliões de máscaras mais
quase 5.000 ventiladores e muitos outros artigos necessários. Enquanto o
governo e os meios de comunicação social dos EUA estavam ocupados a estigmatizar
a China com acusações pouco razoáveis e injustificadas, Pequim estava a tomar
medidas práticas para ajudar os EUA a combater a sua epidemia.(115)
Houve
também muitas doações privadas feitas directamente aos hospitais ou estados
americanos por várias empresas, fundações, províncias, e grupos sociais
chineses. O Wanxiang Group, um fabricante multinacional chinês em Hangzhou,
doou 1,1 milhões de máscaras faciais e 50.000 máscaras de protecção a 12
estados americanos. (116) A
província chinesa de Fujian, que era o estado irmão do Oregon, doou 50.000
máscaras faciais médicas para distribuição aos trabalhadores da linha da
frente, para além de 12.000 máscaras fornecidas pessoalmente pelo Embaixador
Wang Donghua, Cônsul Geral da República Popular da China em São Francisco, como
um presente para o povo do Oregon. (117)
No
entanto, o tratamento da China nos meios de comunicação social dos EUA foi
absolutamente condenável, a imprensa e as ondas de rádio encheram durante meses
com uma incessante inundação de lixo denigrador, com o resultado de que as sondagens
Pew mostraram que mais de dois terços dos americanos tinham uma visão negativa
ou fortemente negativa da China - o que era inquestionavelmente a intenção da
agressão dos meios de comunicação social. Martin Jacques disse
numa entrevista ao vivo em Pequim que o comportamento americano era
"Absolutamente vergonhoso". Ele disse: "Demasiados políticos
ocidentais e os meios de comunicação social ocidentais responderam ao que era
uma grave crise de saúde médica na China de uma forma completamente desprovida
de compaixão e simplesmente usada como um pau para derrotar a China. E ao
fazê-lo também explícita ou implicitamente, encorajaram um certo tipo de
racismo contra os chineses, não apenas os chineses na China, mas os chineses em
todo o lado". (118)
Alguns
no Ocidente, liderados pelos EUA, politizaram fortemente a assistência da China
a outras nações, alegando que os actos da China foram feitos com motivos
obscuros e intenções geopolíticas sinistras. Os esforços do governo chinês para
ajudar outros foram categorizados como tentativas de luta por uma influência
global, aspirando os aliados da América com subornos. E, uma vez que a pandemia
global foi "toda culpa da China", essas doações foram meros gestos de
expiação camuflados como caridade, e assim deveriam ser tomadas "sem
apreço ou mesmo reconhecimento" - que foi o que os EUA e o Canadá
conseguiram fazer. "Infelizmente, mesmo quando a COVID-19
acelera dentro do nosso país, a administração Trump parece encarar a diplomacia
como um golpe para marcar pontos contra adversários e alienar amigos, em vez de
uma ferramenta essencial para ajudar a proteger os americanos", escreveu
Brett McGurk, um diplomata sénior. (119)
O
povo chinês em geral não era muito solidário com os EUA, muitos comparando os
esforços confusos e corrompidos da América com a liderança da China. Um posto
que recebeu centenas de milhões de opiniões disse: "A China levou dois
meses para derrotar o coronavírus, enquanto que o coronavírus levou dois meses
para derrotar os EUA". Outro comentário dizia: "O Presidente dos EUA,
Donald Trump, disse que o número irá descer para zero. Trump está certo. O
número irá descer para zero quando todas as pessoas morrerem". (120) Tópicos
semelhantes atraíram igualmente 250 ou 300 milhões de opiniões. Um posto de
Weibo recebeu 150 milhões de opiniões quase imediatamente quando sugeriu que o
Presidente Trump só respondeu depois de 1 milhão de cidadãos ter sido
infectado.
Os
chineses urbanos de hoje em dia são muito menos ingénuos nos assuntos
internacionais, e estavam bastante conscientes da propaganda de ódio
sionista-americana que enchia as ondas de rádio e as folhas de impressão do
Ocidente, e do racismo e ódio que daí resultava para a China e para o povo
chinês, muitos deles tendo sido vítimas de abusos nos EUA. Também estavam
conscientes dos vastos esforços feitos pela sua própria nação para proteger não
só as vidas dos cidadãos chineses, mas também das contribuições verdadeiramente
enormes que o seu governo, empresas e sociedades tinham feito para ajudar
outras nações, enquanto os EUA não ajudaram ninguém e até negaram fornecimentos
vitais a outros países. (121) ver em baixo
A
partir daí, o sentimento público chinês em relação aos EUA não foi de modo
algum tão ligeiro ou gentil como os comentários acima referidos poderiam
sugerir. A enormidade da literatura de ódio à China durante a última década
estava a produzir sentimentos que sugeriam, "Enviem os fornecimentos para
o Irão, Venezuela e Cuba, e deixem os americanos aprender uma lição". Tive
uma longa conversa com um alto funcionário chinês que me disse que operava a
sua fábrica 24 horas por dia, 7 dias por semana, e que obrigava o seu pessoal a
trabalhar 12 horas por dia para produzir suprimentos médicos vitais para os
EUA, sacrificando parcialmente os seus compromissos com a China. Depois de ter
sido exposto à escandalosa denigração da China nos meios de comunicação social
norte-americanos, disse que nunca mais tomaria qualquer medida para ajudar os
americanos. O seu comentário final para mim: "Depois disto, eu não
atravessaria a estrada para mijar nos EUA se estivesse em chamas".
Notas
(1)
https://www.chinadaily.com.cn/a/202001/24/WS5e2a0374a310128217273141.html
(2)https://guardian.ng/news/china-locks-down-two-cities-to-curb-virus-outbreak/
(3)
https://news.yahoo.com/china-warns-virus-could-mutate-spread-death-toll-030352863.html
(5)
https://www.chinadaily.com.cn/a/202003/10/WS5e66fd23a31012821727dcaf.html
(6)
https://www.shine.cn/news/nation/2003043372/
(7)
https://www.shine.cn/news/metro/2001260649/
(8)
https://www.shine.cn/news/metro/2003124131/
(9)
https://www.shine.cn/news/metro/2002192363/
(10)
http://www.chinadaily.com.cn/a/202003/28/WS5e7e9310a310128217282a28.html
(11)
https://www.globaltimes.cn/content/1183923.shtml
(12)
https://www.shine.cn/biz/economy/2001300922/
(13)
https://www.rt.com/news/479403-china-xi-coronavirus-demon/
(14)
http://www.qstheory.cn/zhuanqu/bkjx/2020-04/28/c_1125917119.htm
(15)
https://www.shine.cn/news/nation/2004297248/
(16)
http://en.people.cn/n3/2020/0420/c90000-9681452.html
(18)
http://www.chinadaily.com.cn/a/202003/19/WS5e72d148a31012821728052b.html
(19)
https://www.chinadailyhk.com/article/129477#Medical-leader-calls-makeshift-hospitals-a-success
(22)https://www.wsj.com/articles/how-china-can-build-a-coronavirus-hospital-in-10-days-11580397751
(23)
https://www.shine.cn/news/nation/2004287119/
(24)
http://en.people.cn/n3/2020/0311/c90000-9666866.html
(25)
http://www.xinhuanet.com/english/2020-04/25/c_139005866.htm
(26)
http://en.people.cn/n3/2020/0428/c90000-9684857.html
(27)
https://www.globaltimes.cn/content/1185403.shtml
(31)
http://en.people.cn/n3/2020/0125/c90000-9651777.html
(32)
http://www.chinadaily.com.cn/a/202001/25/WS5e2bb430a310128217273341.html
(33)
https://www.globaltimes.cn/content/1184030.shtml
(34)
https://www.chinadailyhk.com/article/119530
(35)
http://www.chinadaily.com.cn/a/202002/17/WS5e4a3f38a3101282172781a9.html
(36)
https://www.chinadailyhk.com/article/129138#Wuhan-tops-travelers'-wish-lists-in-2020
(37)
https://www.globaltimes.cn/content/1185879.shtml
(38)
https://www.globaltimes.cn/content/1185879.shtml
(39)
http://www.globaltimes.cn/content/1185533.shtml
(40)
https://www.globaltimes.cn/content/1185879.shtml
(41)
http://english.www.gov.cn/news/topnews/202003/07/content_WS5e6338a8c6d0c201c2cbdbce.html
(42)
http://www.chinadaily.com.cn/a/202001/25/WS5e2b76faa3101282172732ab.html
(43)
http://www.xinhuanet.com/english/2020-01/26/c_138733811.htm
(44)
https://www.globaltimes.cn/content/1177867.shtml
(45)
http://www.xinhuanet.com/english/2020-01/26/c_138734351.htm
(46)
https://www.chinadaily.com.cn/a/202001/24/WS5e2a0374a310128217273141.html
(47)
https://global.chinadaily.com.cn/a/202001/25/WS5e2b8102a3101282172732c0.html
(48)
http://en.people.cn/n3/2020/0506/c90000-9687191.html
(49)
http://www.xinhuanet.com/english/2020-02/16/c_138789227.htm
(50)
https://www.globaltimes.cn/content/1184127.shtml
(51)
https://www.globaltimes.cn/content/1184127.shtml
(52)
https://www.globaltimes.cn/content/1184127.shtml
(53)
http://www.xinhuanet.com/english/2020-04/02/c_138941573.htm
(54)
https://www.shine.cn/news/nation/2001250569/
(55)https://www.shine.cn/news/metro/2002152114/
(56)
http://www.globaltimes.cn/content/1184245.shtml
(57)
http://www.globaltimes.cn/content/1184245.shtml
(59)
https://www.globaltimes.cn/content/1184530.shtml
(62)
http://www.china.org.cn/china/Off_the_Wire/2020-04/29/content_75987996.htm
(63)
https://www.reuters.com/article/us-health-coronavirus-usa-china-idUSKCN2292S8
(64)
https://www.chinadailyhk.com/article/129146
(66)
https://www.nytimes.com/2020/02/12/health/coronavirus-test-kits-cdc.html
(68)
https://news.yahoo.com/us-health-authority-shipped-faulty-coronavirus-test-kits-205948746.html
(70)
https://www.cnbc.com/2020/04/18/coronavirus-tests-delayed-by-covid-19-contamination-at-cdc-lab.html
(75)
https://nypost.com/2020/04/04/states-receive-masks-with-dry-rot-broken-ventilators/
(76)
https://apnews.com/2b1c7d508dbee187aba31b675f8c5685
(81)
https://www.mirror.co.uk/news/politics/breaking-coronavirus-nhs-staff-called-21905571
(82)
https://apnews.com/850d9e6834fc71967af6d3dda65ad874
(83)
http://www.xinhuanet.com/english/2020-04/25/c_139005866.htm
(84)
https://www.statista.com/statistics/1109011/coronavirus-covid19-death-rates-us-by-state/
(85)
https://www.shine.cn/news/world/2003124144/
(87)
http://en.people.cn/n3/2020/0325/c90000-9672307.html
(89)
https://www.globaltimes.cn/content/1186745.shtml
(90)
http://en.people.cn/n3/2020/0325/c90000-9672307.html
(91)
http://www.chinadaily.com.cn/a/202004/09/WS5e8e772ba310e232631a4e08.html
(92)
http://global.chinadaily.com.cn/a/202005/08/WS5eb4d906a310a8b24115437d.html
(93)
https://www.globalsecurity.org/security/library/news/2020/04/sec-200422-pdo07.htm
(94)
http://en.people.cn/n3/2020/0428/c90000-9684957.html
(95)
https://newsghana.com.gh/chinese-enterprises-lend-a-big-hand-to-africa-to-combat-covid-19/
(96)
https://www.shine.cn/news/world/2003295304/
(97)
http://en.people.cn/n3/2020/0325/c90000-9672307.html
(98)
http://en.people.cn/n3/2020/0507/c90000-9687490.html
(99)
http://en.people.cn/n3/2020/0321/c90000-9670897.html
(100)
http://www.globaltimes.cn/content/1186348.shtml
(101)
https://times-publications.com/2020/04/22/2333/uk-trade-and-business/
(102)
https://www.shine.cn/news/nation/2003255022/
(104)
http://www.china.org.cn/china/Off_the_Wire/2020-04/07/content_75903130.htm
(105)
http://www.xinhuanet.com/english/2020-03/21/c_138901763.htm
(106)
http://china.org.cn/world/2020-03/22/content_75844594.htm
(107)
http://www.xinhuanet.com/english/2020-03/22/c_138904576.htm
(108)
https://www.globaltimes.cn/content/1183326.shtml
(109)
http://www.ecns.cn/news/society/2020-04-07/detail-ifzvcazm8251455.shtml
(110)
http://en.people.cn/n3/2020/0504/c90000-9686744.html
(111)
http://en.people.cn/n3/2020/0325/c90000-9672307.html
(112)
http://en.people.cn/n3/2020/0325/c90000-9672307.html
(113)
http://www.chinadaily.com.cn/a/202003/20/WS5e740a2ca31012821728094e.html
(115)
https://www.globaltimes.cn/content/1186786.shtml
(116)
http://www.china.org.cn/world/2020-05/06/content_76010588.htm
(117)
http://en.people.cn/n3/2020/0429/c90000-9685576.html
(118)
http://www.chinadaily.com.cn/a/202003/19/WS5e72d148a31012821728052b.html
(120)
https://www.globaltimes.cn/content/1187121.shtml
(121)
O governo dos EUA (principalmente a FEMA e/ou a CIA, em conjunto com a Mossad
de Israel) foram amplamente acusados pela França, Alemanha, e outras nações de
sequestros repetidos - na pista dos aeroportos - de carregamentos de material
médico destinado a outros países. Estas acções foram simultâneas com as
apreensões da FEMA de material médico de hospitais e importadores em todos os
EUA, e parecia haver provas substanciais de que muitos destes materiais foram
enviados para Israel - enquanto que os hospitais dos EUA estavam a sangrar. Não
há espaço para seguir a história aqui, mas pode seguir este conjunto de
ligações abaixo para pesquisar o assunto.
(1)
https://www.rt.com/news/484743-cuba-covid19-us-blockade/
(2)
https://www.nytimes.com/2020/04/17/opinion/cuba-coronavirus-trump.html
(4)
https://www.theguardian.com/world/2020/apr/02/global-battle-coronavirus-equipment-masks-tests
(6)
https://dnyuz.com/2020/04/03/us-accused-of-seizing-face-mask-shipments-bound-for-europe-canada/
(8)
https://edition.cnn.com/2020/04/04/europe/coronavirus-masks-war-intl/index.html
(10)
https://www.lefigaro.fr/international/coronavirus-l-amerique-relance-la-guerre-des-masques-20200402
(13)
https://edition.cnn.com/2020/04/04/europe/coronavirus-masks-war-intl/index.html
(14)
https://www.globaltimes.cn/content/1185063.shtml
(15)
https://www.globaltimes.cn/content/1186406.shtml
(16)
https://www.reuters.com/article/us-huawei-tech-fedex-exclusive-idUSKCN1SX1RZ
(17)
https://www.journaldemontreal.com/2020/04/03/des-masques-pour-le-quebec-detournes
(19)https://dnyuz.com/2020/04/03/us-accused-of-seizing-face-mask-shipments-bound-for-europe-canada/
(20)
https://edition.cnn.com/2020/04/04/europe/coronavirus-masks-war-intl/index.html
(21)
https://www.telegraph.co.uk/news/2020/04/19/flight-carrying-vital-ppe-supplies-nhs-delayed-turkey/
(25)
https://apnews.com/b940aca2ab2d0c31af2826da9c30d222
(29)
https://twitter.com/TsahiDabush/status/1247601103006502914
(30)
https://urmedium.com/c/presstv/12226
(31) While American health
workers beg for PPE, Trump just shipped a million masks to the Israeli army. https://t.co/2sVFLMteo9 — Ali Abunimah
(@AliAbunimah) April 8, 2020
(33)
https://www.globalsecurity.org/security/library/news/2020/04/sec-200408-presstv01.htm
(34)
https://www.jpost.com/Israel-News/Mossad-bought-10-million-coronavirus-masks-last-week-622890
(38)
https://abcnews.go.com/Health/us-short-ppe/story?id=70093430
(41)https://apnews.com/8cd84c260cb6d951ac57a6248542a44f
Copyright© Larry Romanoff, Moon of Shanghai, Blue Moon of Shanghai, 2021
Tradutora:
Maria Luísa de Vasconcellos
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